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Prata da Casa: Ex-Criolina, o músico Ops se lança em carreira solo

Após 12 anos no coletivo de DJs, artista resgata o lado cantor e compositor e lança o disco 'Não tá tudo bem'

Letícia Cotta*
postado em 10/11/2017 10:56
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Mais conhecido pelo trabalho que desenvolveu durante 12 anos no coletivo de DJs e produtora Criolina, Rafael Amaral Naves, ou simplesmente Ops, decidiu, este ano, se lançar em voo solo. Deixou a sociedade do projeto para se dedicar exclusivamente à carreira artística. Para marcar essa nova fase, resgatou o lado cantor e compositor ; que já tinha explorado com sensibilidade e competência nos anos 2000 à frente da banda Disco Alto ; e lançou, há poucas semanas, o primeiro disco: Não tá tudo bem.

Na obra, Ops critica, em oito faixas, a desigualdade, o conformismo, os problemas ambientais, o radicalismo religioso e o conservadorismo que vê tomarem conta da cena brasileira atual. Mas acha espaço, também, para celebrar o amor, tema da graciosa e pop Olha a sorte que eu dei, dedicada à esposa, Paula Rios, e que rendeu o primeiro clipe do disco.

Ele, porém, explica que a homenagem não acontece só por conta do romantismo, ainda que exista. ;Eu acho essa música interessante porque ela fala de um homem esperando uma mulher chegar em casa, do trabalho. Inverte um pouquinho o papel do patriarcado, né? Eu cozinhando, esperando ela chegar;, diz.
Músico Ops sentado em ponto de ônibus enfeitado com desenhos

Com 32 anos, o mineiro de Uberlândia têm uma longa e variada carreira artística. Formou-se em artes cênicas pela Universidade de Brasília (UnB), dirigiu peça de teatro e foi muito participante da cena musical alternativa da capital. Mas foi quando conheceu os DJs Pezão e Barata que ingressou em seu projeto, até agora, mais bem-sucedido: o coletivo Criolina.

Ao tomar esse rumo, tornou-se um dos DJs mais queridos de Brasília e, recentemente, especializou-se em produção de música eletrônica, em Lisboa. Nesse período, amadureceu a ideia da nova empreitada. ;Eu usava o Ops! para produções de música eletrônica. Já tenho um EP com esse nome, mas não tinha voz. No fim do ano passado, senti muita vontade de escrever;, conta.

E ele tinha muito a dizer, como fica claro em Não tá tudo bem. ;Acho que a gente tá vivendo um clima muito pesado, tanto no Brasil quanto no mundo, e eu queria usar da minha arte para ser o meu protesto;, explica.

Todo o trabalho do músico pode ser acessado através de aplicativos como Spotify, Apple Music, Deezer e Youtube.
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* Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende

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