Jornal Correio Braziliense

Cidades

Justiça prossegue julgamento envolvendo Nenê Constantino

O empresário e outras três pessoas são acusadas de envolvimento na morte de Tarcísio Gomes

O Tribunal do Júri de Taguatinga prossegue, nesta terça-feira (14/11), o segundo dia de julgamento da morte de Tarcísio Gomes em garagem das empresas ônibus de Nênê Constantino, em fevereiro de 2001. Às 9h48, o juíz João Marcos Guimarães Silva iniciou o interrogatório de Vanderlei Batista Silva e, em seguida, João Alcides Miranda. Na noite de segunda-feira (13/10) ouviu João Marques e Nênê.

Durante a manhã, um dos pontos mais importantes foi a confissão de Vanderlei na participação do assassinato de Márcio Leonardo, em outubro de 2001. A justiça julgou o caso em maio deste ano. Mas, negou qualquer atuação na morte de Tarcísio.

[SAIBAMAIS] Após parada para o almoço, por volta das 13h a sessão voltou com o Ministério Público que teve 3h para apresentar a tese de acusação contra os réus, ocasião em que os promotores Thiago Gomide e Marcelo Leite dividiram a fala. A questão da defesa do empresário querer atacar a investigação foi bastante citada. Como a contratação de peritos para desmoralizar os laudos e as ofensas à delegada Mabel, por exemplo. ;Não tem covardia maior do que fugir da responsabilidade;, disse Marcelo em direção a Nênê.

A confissão de João Marques no interrogatório também foi um ponto trabalhado pelos promotores. ;Ele que já foi taxado como louco pela defesa e de que não deveria ser levado a sério, todas as histórias contadas por ele ontem bate com diversas questões dos autos;, afirmou leite. Ao final do tempo, Thiago Gomide decidiu falar aos jurados o motivo da acusação e o papel fundamental que eles têm no julgamento. ;Se os senhores entenderam que a vítima morreu e que os réus participaram de alguma forma, não absolvam. Podem alegar a alta idade e pra isso temos a prisão domiciliar. É o mínimo que pode se feito para os filhos que choram a morte dos pais. Precisam pagar pelo que fizeram;, alegou.

Por volta das 16h45 a fase da defesa iniciou com os advogados de Constantino. Pierpaolo Bottini argumentou logo no começo que iria mostrar com provas e evidências que a investigação foi fraudada e que o mandante do crime seria Eduardo Queiroz. ;Eu tenho uma coisa a mais que a acusação que é a verdade. Ele sim deveria estar sentado no banco dos réus;, disse. Durante a defesa, promotores e o advogado divergiram diversas vezes. Inclusive, o juiz ameaçou suspender a sessão. ;Essa reação da acusação é desespero ao ver que a tese deles não faz sentido e essa aqui que apresento, sim;, provocou Bottini. Ele terminou a fala com alegação de que o júri não deve praticar impunidade, pois segundo a defesa, Eduardo está realizado com a vingança que fez contra a família de Nênê. ;Em nome da justiça, não condenem um inocente;, finalizou.

A defesa de Vanderlei na maioria do tempo, se preocupou em falar de alguns mitos do processo. E chegou a questionar o peso que João Marques tinha nos autos. ;Por que tudo ele fala é considerado e os demais não? Para que tanta relevância?;, questionou. O fato de Vanderlei ter confessado a participação no assassinato de Márcio, Cleber Lopes afirma que foi uma escolha do cliente não falar no julgamento anterior. ;Ou eu renunciava ou continuava a defesa. Eu fui junto com ele. Mas isso não é um problema, estou mais confortável em defendê-lo;, contou. Cleber terminou a argumentação com a fala de que a denúncia não prova nada contra Vanderlei. ;Ou seja, deve ir ao latão de lixo é imprestável.;
A defesa de João Miranda foi feita pelo defensor público Alexandre Marques. Ele alegou que não há provas objetivas que apontem a participação dele. Pois, ele também estava na linha de tiro e poderia ter sido atingido. ;Se tivesse o acertado ele também estaria aqui, mas não como réu e sim, como testemunha;, afirmou. Alexandre pediu aos jurados que os fatos fossem afastados de Miranda.
O ministério público tem 2h15 para réplica e a defesa 2h15 para tréplica.