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Derramamento de lama em ribeirão compromete captação de água no Novo Gama

Problema teria sido causado por escavações em obra de drenagem pluvial em condomínio de Santa Maria. Secretaria de Infraestrutura do DF, em parceria com outros órgãos ambientais, deve realizar vistoria na área na próxima quinta-feira (16/11)


De acordo com a Saneago, o barro estaria retido em bacias de contenção da empresa responsável pela obra, mas, após um deles ficar cheio, um canal aberto teria drenado o conteúdo até o ribeirão de Santa Maria. Por conta disso, a água do local ficou em condições que inviabilizaram a captação e uma parcela dos cerca de 100 mil moradores do Novo Gama teve o fornecimento interrompido.

Segundo o gerente da Saneago pelo distrito de Novo Gama, Valdemir Guedes, cerca de 60% da produção da companhia depende da água do ribeirão afetado. Ele acrescentou que a empresa registrou o fato junto à Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal e ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para que a situação seja apurada. "Nossos técnicos estão produzindo um relatório e hoje registramos falta de água em alguns locais. A preocupação não é só com o leito do rio, mas também com o impacto ambiental na área, que foi considerável", observou.
Valdemir também disse que não é possível prever se a captação ficará comprometida novamente. "No pouco tempo em que o ribeirão ficou poluído, nossa captação foi prejudicada. Como são várias bacias de contenção, a atenção agora está voltada às demais e a possíveis imprevistos", salientou.

Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Distrito Federal (Sinesp) informou que o problema foi causado por uma escavação que, devido à impermeabilidade do solo, provocou um transbordamento na área.

Ainda de acordo com a pasta, o fluxo seguiu o "curso natural" até alcançar a rede de captação de água da Saneago. "Assim que o problema foi detectado, as ações de escavação foram imediatamente paralisadas. Na quinta-feira (16/11), haverá uma vistoria da Sinesp, Saneago e demais órgãos ambientais e de licenciamento no local", afirmou a nota.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Distrito Federal disse não ter informações sobre o ocorrido. O Correio também tentou contato com o MPGO, mas ainda não obteve retorno do órgão.