postado em 14/11/2017 22:52
A companhia Saneamento de Goiás (Saneago) emitiu um comunicado informando que o abastecimento de água na cidade do Novo Gama (GO) pode ficar comprometido nesta semana. O motivo seria o derramamento de lama proveniente de uma obra de implantação de galerias pluviais no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria, na terça-feira (13/11).
De acordo com a Saneago, o barro estaria retido em bacias de contenção da empresa responsável pela obra, mas, após um deles ficar cheio, um canal aberto teria drenado o conteúdo até o ribeirão de Santa Maria. Por conta disso, a água do local ficou em condições que inviabilizaram a captação e uma parcela dos cerca de 100 mil moradores do Novo Gama teve o fornecimento interrompido.
Segundo o gerente da Saneago pelo distrito de Novo Gama, Valdemir Guedes, cerca de 60% da produção da companhia depende da água do ribeirão afetado. Ele acrescentou que a empresa registrou o fato junto à Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal e ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para que a situação seja apurada. "Nossos técnicos estão produzindo um relatório e hoje registramos falta de água em alguns locais. A preocupação não é só com o leito do rio, mas também com o impacto ambiental na área, que foi considerável", observou.
Valdemir também disse que não é possível prever se a captação ficará comprometida novamente. "No pouco tempo em que o ribeirão ficou poluído, nossa captação foi prejudicada. Como são várias bacias de contenção, a atenção agora está voltada às demais e a possíveis imprevistos", salientou.
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Distrito Federal (Sinesp) informou que o problema foi causado por uma escavação que, devido à impermeabilidade do solo, provocou um transbordamento na área.
Ainda de acordo com a pasta, o fluxo seguiu o "curso natural" até alcançar a rede de captação de água da Saneago. "Assim que o problema foi detectado, as ações de escavação foram imediatamente paralisadas. Na quinta-feira (16/11), haverá uma vistoria da Sinesp, Saneago e demais órgãos ambientais e de licenciamento no local", afirmou a nota.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do Distrito Federal disse não ter informações sobre o ocorrido. O Correio também tentou contato com o MPGO, mas ainda não obteve retorno do órgão.