Bruna Lima - Especial para o Correio, Deborah Fortuna
postado em 19/11/2017 12:29
Uma fila grande de pessoas em frente ao Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan), em Águas Claras, chamou atenção de quem passava pela região na manhã deste domingo (19/11). A unidade de ensino foi escolhida como um dos locais de prova do concurso público do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e, por isso, recebeu um número grande de candidatos. Alguns relatos de moradores é de que o trânsito na região ficou completamente congestionado nas vias da cidade. Segundo informações da Fundação Carlos Chagas, são mais de 105 mil inscritos no certame.
Quem saiu de longe para realizar a prova em Águas Claras contou com outros problemas na região. Com a paralisação do metrô, que se estendeu por este domingo, muitos tiveram que ir de carro para a região, o que acabou complicando o trânsito.
A moradora do Lago Norte Cristina Obata teve que repensar as estratégias para chegar ao concurso. Ela faz prova em Águas Claras, e por isso, deixaria o carro em alguma estação de metrô da Asa Sul, e pegaria o trem para a região do concurso. "Entendo a legitimidade desta greve, pois certamente isso não estaria ocorrendo se os direitos dos trabalhadores estivessem sendo garantidos e cumpridos", contou.
Metrô x Sindicato
A briga entre a Companhia do Metropolitano do DF e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (Sindmetro) continua. A empresa afirmou que só abriria neste domingo caso a categoria enviasse uma lista de funcionários previamente escalados para o fim de semana. Eles alegam que pessoas do cargo administrativo e de chefia estão realocados para cobrir as faltas e que estão todos exaustos. Segundo a corporação, é necessário 75% dos funcionários para garantir um funcionamento seguro.
Em nota oficial a empresa explicou que, "o fechamento das estações do Metrô-DF ocorreu por motivos de segurança dos usuários, tendo em vista que o sindicato insiste em descumprir a decisão judicial, não disponibilizando o efetivo operacional estabelecido liminarmente pela Presidência do TRT".
Em resposta, o Sindicaot afirma que não precisa mandar a lista e que está enviando os funcionários de acordo com a avaliação própria da quantidade que seja necessário.
A expectativa é que haja uma mobialização nesta segunda-feira (20/11), em frente ao Complexo Administrativo para tentar discutir as diretrizes da paralisação.
A categoria reivindica a contratação urgente dos mais de 600 selecionados dentro das vagas e em cadastro reserva em concurso promovido em 2014. Além disso, cobra o reajuste salarial referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 8,41%, atrasado desde 2015.
O governo alegou não ter condições financeiras para conceder reajustes aos servidores, já que há dificuldades para ajustar as contas públicas.