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Prata da Casa: ao fazer 15 anos, Etno quer conquistar espaço no exterior

Banda de rock brasiliense acaba de vencer festival no Canadá e já tem apresentação marcada no Reino Unido

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A comemoração dos 15 anos de estrada, completados este ano, tem um sabor especial para a banda brasiliense Etno. É que o grupo acaba de ganhar o prêmio de melhor banda no Indie Week Festival de Toronto, no Canadá, onde se apresentaram com bandas de várias pares do mundo, inclusive outros grupos da capital federal.

;Ano que vem estaremos de volta como banda principal no Indie Week e também tocaremos em Manchester (Reino Unido). Vamos levar nosso rock para a terra da rainha. Não somos fãs de competições entre bandas, apesar de já termos participado de várias, mas conquistar esse festival mostra que o rock de Brasília nunca esfriou;, comemora o vocalista do grupo, Tiago Freitas, 34 anos.

[SAIBAMAIS]E o Etno é, sem dúvida um dos grupos que mais contribuem para manter o rock da capital aquecido. Recentemente, participou também do Green Move Festival e lançou uma nova música, que antecipa o terceiro disco. ;Acabamos de lançar essa música, que se chama Existe amanhã. E estamos gravando o nosso terceiro álbum, previsto para sair no primeiro semestre de 2018;, prossegue Freitas.
A banda começou como várias outras: a partir da reunião de amigos de escola. ;Nós nos conhecemos no ensino fundamental e montamos uma banda. Em 2002, sentimos a necessidade de realizar um trabalho autoral, no qual a gente pudesse falar da nossa visão de mundo, mostrar nossa poesia, fazer um som livre e intenso;, conta Freitas. ;Somos uma banda de escola que nunca parou;, completa o baixista Iano Fazio, 33.

Música com compromisso social

O grupo segue uma linha de rock pesado, com composições assinadas coletivamente. Para Freitas, a letra é a parte mais sensível do trabalho. ;Nós nos preocupamos muito com o que dizemos. Acreditamos que a arte tem uma responsabilidade social, então, falamos de assuntos do cotidiano, não só brasileiro, mas mundial;, diz o vocalista. ;Nossa músicas falam de como a arte nos transformou, às vezes fazendo críticas sociais, às vezes simplesmente retratando sentimentos intensos;, avalia Fazio.

O nome Etno remete a etnia, povos e civilizações. ;Desde o início, tínhamos a ideia de fazer música sem fronteiras. Tanto que nossos dois primeiros trabalhos foram compostos e gravados em línguas diversas: espanhol, francês, inglês e português. Só depois decidimos ficar no português, inclusive para valorizar nossa cultura;, explica Freitas.
Para o futuro, o grupo espera conquistar o público internacional. ;Esse prêmio abriu essa possibilidade. Tem muita gente que acha que o rock brasiliense está morto, que é só Legião, Capital, Raimundos e Plebe Rude, mas estamos pensando num circuito com o objetivo de mostrar que o rock de Brasília vive. A gente sentiu que o nosso som foi bem recebido;, afirma Fazio.

A trupe, no entanto, sabe que o caminho a ser trilhado não é fácil. "Nos Estados Unidos, principalmente, o rock em português não é bem recebido. Sabemos que em alguns lugares da Europa podemos ter o mesmo problema;, diz o baixista. O que os anima, porém, é a recepção que tiveram em alguns lugares. ;Fomos muito bem aceitos no Canadá. As pessoas falavam: ;Eu não entendo uma palavra do que você canta, mas eu sinto;. Isso é sucesso para mim, conseguir transmitir o que a gente sente. A música fala por si só."