postado em 04/12/2017 16:55
A Câmara Legislativa do Distrito Federal alertou, em nota divulgada nesta segunda-feira (4/10), para "um quadro de tensão" no Corpo de Bombeiros, definido como "grave" pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Casa. O texto foi redigido um dia depois de o 2; sargento Fabrício Marcos Araújo ter furtado uma viatura do 8; Grupamento Bombeiro Militar e só ter parado quando policiais alvejaram os pneus do caminhão.
[SAIBAMAIS]A nota, assinada pelo deputado Ricardo Vale (PT), indaga: "como um profissional admirado e querido por seus colegas de farda, mas sem condições psicológicas de trabalhar segue em serviço? A serviço da população do DF?". Amigos e testemunhas disseram que Fabrício enfrentava problemas psiquiátricos, mas "estava ciente de suas atitudes", frisou uma das pessoas ouvidas pela Polícia Civil.
Fabrício se recusou a fazer novos exames toxicológicos que poderiam atestar que ele estivesse sob efeito de álcool ou outras substâncias. Ele continua detido no 19; Batalhão da PM, unidade dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.
Em outra nota, a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP/DF) e o Corpo de Bombeiros dizem que "uma equipe multidisciplinar da corporação, composta por médicos, psicólogos e religiosos, está acompanhando o militar e prestando apoio aos familiares". Sobre o documento enviado pela CLDF, a pasta e a corporação ainda não se pronunciaram.
"Brasília foi surpreendida na madrugada de domingo, 03 de dezembro, por um incidente que soa como uma sirene de alerta. O 2; Sargento Bombeiro Fabrício Marcos de Araújo, de 44 anos, apoderou-se de uma viatura da corporação, no 8; Grupamento de Bombeiros Militar, na Ceilândia, onde é lotado, e saiu, fazendo manobras arriscadas, em direção à Esplanada dos Ministérios.
Fabrício Marcos de Araújo ignorou as advertências da Polícia Militar depois de ser avistado pelos policiais e cumpriu o trajeto do 8; Grupamento até a Esplanada e só foi detido na Esplanada, quando os pneus da viatura foram atingidos.
Esta Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, acompanhou o incidente com preocupação e busca - dentro do escopo institucional que orienta suas intervenções - alertar a sociedade e, em particular o comando das Corporações (Bombeiros e Polícia Militar do DF), para um quadro de tensão sobre seus profissionais, que se afigura grave.
A sociedade do Distrito Federal reconhece o trabalho inestimável que lhe prestam suas corporações. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa se soma à sociedade e, a partir do acompanhamento realizado ao longo desses três últimos anos, busca dialogar com os Comandos das Corporações e oferecer espaço para debater os problemas reais seja no que toca aos equipamentos, infraestrutura e, sobretudo, no que toca às condições de trabalho dos seus profissionais.
Entendemos que o incidente provocado pelo 2; Sargento deve ser registrado como um alerta para a sociedade e para o Comando da Corporação. A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva porque, na avaliação do Juiz a ação, o Sargento ;pôs vidas em risco e pela iminência de causar danos de grandes proporções ao local;. A defesa do Sargento Fabrício apresentou um relatório com exames psicológicos alegando que ele não teria condições para responder por suas ações. Fica a pergunta: como um profissional admirado e querido por seus colegas de farda, mas sem condições psicológicas de trabalhar segue em serviço? A serviço da população do DF?
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar seguirá acompanhando o andamento desse processo e se coloca à disposição para contribuir com soluções adequadas e duradouras em benefício da Sociedade, das Corporações e dos profissionais que trabalham para garantir a segurança dos cidadãos e cidadãs do Distrito Federal.
Brasília, 04 de dezembro de 2017.
Deputado Ricardo Vale
Presidente da Comissão de Direitos Humanos ; CLDF "