Victória Fernandes*
postado em 08/12/2017 17:04
Designer gráfica e ilustradora, Luciana França, 24 anos, desenha desde pequena e tem a arte como sua identidade. Afirma ter lembranças de desenhar desde os 8. Era aquela menina da turma que está sempre olhando para baixo e desenhando pelos cantos. "Meus professores até chamavam minha atenção por conta disso; relembra. A artista tem quatro irmãos e começou a desenhar fazendo retratos deles. "Desenhava eles com a testa grande, aumentava as orelhas e fazia minhas irmãs gordinhas, só para implicar. Depois comecei a desenhar personagens de desenhos animados, até ir caminhando para o meu próprio estilo e descobrir outros tipos de materiais que eu podia usar; conta.
Mais tarde após terminar o ensino médio ela resolveu estudar designer gráfico. "Não me identificava com nenhum outro curso. Sempre recebi muito apoio da minha família e quando entrei na UnB foi uma comoção geral", detalha. Luciana explica que ilustrar é diferente de desenhar. Para ela, ilustração transmite uma história, e o desenho é apenas uma imagem. "Me descobri no designer gráfico e tento sempre alinhar a ilustração com o designer. Com isso não só desenho, como posso traduzir conceitos em imagens e identidades visuais. Se eu tivesse ficado só na ilustração, talvez eu nem estivesse me expressando de todas essas maneiras.;
Em 2016, Luciana participou do programa Ciências sem Fronteiras, que, segundo ela, foi de extrema importância para sua formação como artista. "Fui para Nova York estudar animação. Foi mais uma coisa que eu consegui dominar. A ideia do programa é aprender fora para trazer pro Brasil. Foi um upgrade". Para ela, a arte é a habilidade de se expressar de acordo com o contexto em que você está inserido. Quando questionada sobre qual mensagem ela pretende passar ela responde: "A mensagem depende muito do período em que eu estou vivendo. Por exemplo, um dos desenhos que eu publiquei foi feito no final do semestre da faculdade. Eu estava muito cansada, atordoada e intoxicada. O desenho era uma menina se afogando em uma lata de produto tóxico, era essa a
mensagem que eu queria passar, de isolamento.;
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Luciana gosta da experimentação. Tenta ousar o máximo possível em técnicas. Ultimamente, trabalha bastante com aquarela e caneta nankin. "A caneta permite que eu faça desenhos mais orgânicos e eu também posso mexer na espessura da linha;, detalha. Entre os trabalhos realizados, estão camisetas, canecas, cadernos e desenhos. Ela diz gostor muito de fazer retratos, auto retratos, utilizar elementos da cultura pop e produzir tudo do zero. "Quando faço caderninhos, eu imprimo, costuro e depois decido se vou desenhar na capa ou fazer com serigrafia. Algumas ideias eu vou repetindo até formar o conceito".
A designer faz a maior parte dos trabalhos para si mesma, mas também atende sob demanda. A maior parte deles são postados nasua conta do instagram @desenhosdalu. "Meu insta é quase um blog. A maioria das coisas vai parar lá. Sempre coloco algo que eu estou passando no dia, algo que eu aprendi de técnica, ou feedback sobre materiais, o que eu testei e gostei; explica. Além da lojinha virtual, Luciana acaba de inaugurar a marca bullgiganga em parceria com um amigo. "Fazemos canecas personalizadas voltadas para o público de pessoas que tem pug, buldogues francês e buldogue inglês", finaliza.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli