postado em 11/12/2017 16:15
Após mais de um mês de greve, o presidente Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT/10), Pedro Luís Foltran, marcou o julgamento do dissídio coletivo do Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô) para a próxima segunda-feira (18/12), às 14h. Com o julgamento, o usuário do transporte público espera, enfim, o retorno integral das atividades do metrô.
A relatoria do processo ficou com o desembargador André Damasceno. É ele quem vai analisar o processo antes do julgamento da Primeira Seção Especializada do tribunal, composta por sete desembargadores além do presidente do vice do TRT/10. Em princípio, no entanto, ele deve avaliar apenas se há ou não abusividade na greve.
Por enquanto, não há previsão de término da greve. Nenhuma das partes chegou a um acordo que pusesse um fim ao impasse. O Ministério Público do Trabalho (MPT) também tentou uma conciliação, mas nem mesmo os promotores conseguiram convencer sindicato e estatal.
O único consenso que o Metrô/DF e a categoria tiveram só foi possível porque o TRT/10 determinou, sob pena de pagamento de multa, o e 30% nas demais escalas. Os trens chegaram a ficar , no início da greve.
Mesmo com parte dos trens em funcionamento, problemas técnicos e lentidão levaram o passageiro a perder a paciência nas estações do DF. Quando uma pane interrompeu, momentaneamente, o fluxo das composições, um quebra-quebra danificou as janelas de ao menos três vagões na segunda-feira passada (4/12).
O impasse também prejudica o caixa do Metrô/DF. A estatal deixou de arrecadar R$ 6 milhões com a greve. Enquanto o conflito continua, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF) liberou as faixas exclusivas para ônibus na EPTG e na EPNB até o fim da greve.
Impasse se arrasta há três anos
A greve do metrô completou um mês, mas a queda de braço entre o Sindmetrô e a estatal é antiga. A categoria reivindica a contratação de 631 funcionários aprovados em concurso público em 2014, 300 deles para cadastro de reserva.
Além disso, os metroviários pedem reajuste de 8,4% na folha salarial, de acordo com atualização de 2015 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Por meio da assessoria de imprensa, o Metrô/DF responde que o caso "já está judicializado" e, por isso, aguarda definição da Justiça sobre as reivindicações.
Greves no transporte irritam o brasiliense
A greve do metrô encerra um ano difícil para o usuário do transporte público do Distrito Federal. Somente em agosto, os rodoviários do DF em duas paralisações relâmpago. A categoria também cruzou os braços em maio.
[SAIBAMAIS]O Sindicato dos Rodoviários e o Governo do Distrito Federal somente conseguiram entrar em um acordo em setembro, quando a categoria aceitou a proposta de reajuste feita pelo GDF. O embate também foi intermediado pelo TRT/10.
Isso não evitou, porém, que funcionários da viação Pioneira e do BRT parassem as atividades em 14 de novembro. O conflito só não tomou proporções maiores porque o próprio Sindicato dos Rodoviários se reuniu com os representantes da empresa e com os grevistas.
Além das reivindicações locais, ônibus e metrô pararam nos dias em que centrais sindicais convocaram greve geral no país, em abril e em junho.