Cidades

Polícia Civil investiga possível espancamento de músico no Sudoeste

João Paulo de Carvalho de Souza, 30 anos, foi encontrado caído com ferimentos em uma quadra do Sudoeste

Thiago Soares
postado em 13/12/2017 21:16

Jovem saiu de um bar na Asa Norte de bicicleta e foi encontrado ferido em uma via do SudoesteA Polícia Civil tenta desvendar o que aconteceu com um músico de 30 anos, internado em estado grave, há 10 dias, no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Morador do Sudoeste, João Paulo de Carvalho de Souza deu entrada na unidade de saúde com traumas na cabeça, após ser socorrido próximo à Maternidade Brasília. Inicialmente, familiares pensaram que ele havia sofrido uma queda da bicicleta, mas, devido à gravidade do hematoma, acreditam, agora, na possibilidade de ele ter sido agredido.




O caso é investigado pela 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro). A mãe do jovem, a aposentada Vera Lúcia de Oliveira, 65, contou que o rapaz estava em um bar da Asa Norte e se despediu de amigos por volta das 4h do último dia 3, afirmando que voltaria para casa, no Sudoeste, de bicicleta. Segundo ela, um conhecido do filho chegou oferecer carona a João Paulo, mas ele preferiu seguir sozinho. Quase 20 minutos depois, a família foi surpreendida com uma ligação. "Alguns rapazes encontraram ele caído no chão perto da Maternidade Brasília. Disseram que ele estava ferido", lembra Vera Lúcia.

Em seguida, Vera e o padastro do jovem seguiram até o local do possível acidente. Quando ela chegou, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já havia encaminhado a vítima para o Hospital de Base. "Conversei brevemente com os rapazes que socorreram o meu filho, mas, na correria, não peguei o telefone. Peguei a bicicleta, o celular e a carteira dele, deixei na casa do João Paulo e fui para o hospital", conta.

Na unidade hospitalar, o médico responsável pela atendimento informou que, em primeira análise, o caso não se tratava de uma simples queda e levantou a possibilidade de o jovem ter sido vítima de agressão. O músico não apresentava ferimentos em outras partes do corpo além da cabeça. "Acreditamos que alguém tenha dado várias pancadas na cabeça dele", disse a mãe.

Faltam pistas


O estado de João Paulo inspira cuidados. O jovem já passou por três cirurgias. Na tarde desta quarta-feira (13), sofreu uma parada cardíaca e foi reanimado pela equipe médica. Enquanto isso, a Polícia Civil trabalha na investigação do caso. O delegado-adjunto da 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro), Alexander Traback, investiga três hipóteses: a de que o músico tenha sido vítima de agressão física; tentativa de roubo; ou acidente de trânsito. "É um caso ainda com mistérios, uma vez que não levaram nada do rapaz. Estivemos no local, conversamos com alguns porteiros da região, e ninguém viu nada", detalha.


A polícia também solicitou imagens do circuito de segurança de prédios da região, mas não encontrou nenhum elemento que aponte algum crime. "Já fomos à região e pedimos imagens em outros prédios. Estamos aguardando para analisar e encontrar a possível causa", explicou Alexander.


Apesar de ainda não haver confirmação de que se trata de roubo ou agressão, o caso chama atenção pelo fato de o local em que o músico foi encontrado ferido ficar a aproximidamente a 1,1km de onde o o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, foi morto a facadas. O estudante também pedalava de bicicleta pela região.

[SAIBAMAIS]O crime é a investigado pela 5; Delegacia de Polícia (Área Central). Apesar da urgência em prender o suspeito, o caso também impõe uma série de dificuldades, como falta de iluminação e ausência de testemunhas. Dois de quatro suspeitos identificados pela corporação prestaram depoimento. Informalmente, um adolescente de 14 anos admitiu a participação no crime, mas, depois, mudou a versão pelo menos 10 vezes.

Fontes ouvidas pelo Correio apontam que a linha mais forte de investigação envolve um morador do Paranoá com histórico de roubo de bicicletas na região central. Há meses, a polícia o prendeu próximo ao Memorial dos Povos Indígenas, tentando assaltar ciclistas. Na delegacia, ele disse que, na noite do assalto, quinta-feira (7), estava no centro de Brasília, mas negou qualquer relação com a morte de Arlon.

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