Cidades

Buracos nas principais vias do DF aumentam com as chuvas

Se, mesmo na seca, o brasiliense enfrentava transtornos por causa dos desníveis na pista, agora, a situação é ainda mais crítica no Plano Piloto e, de forma mais grave, em outras regiões administrativas, como Ceilândia e Arniqueiras

Ricardo Faria - Especial para o Correio, Renata Rusky
postado em 17/12/2017 08:05
Cratera na via entre a Ponte JK e a L4 ficou cheia d'águaAs vias do Distrito Federal começam a refletir os efeitos da chegada das chuvas. Ruas desgastadas e buracos causam transtornos e prejuízos para quem trafega. O Correio percorreu ruas em Plano Piloto, Ceilândia e Arniqueiras e constatou que as pistas apresentam rombos que colocam em risco os automóveis e os motoristas. Quem dirige em direção à Ponte JK, sentido Lago Sul, deve ficar atento. Um buraco de mais de um metro de comprimento retém o fluxo de carros. Doze cones do Detran (Departamento de Trânsito do DF) sinalizam a cratera e impedem que carros usem a pista do meio. Quando se chega ao Lago Sul, ainda é necessário desviar de vários buracos.

Emerson Borges, 46 anos, trabalha como motorista. Por causa da profissão, o morador do Paranoá percorre todo o DF. Há cerca de dois meses, um pneu do carro dele estourou em decorrência desses desníveis nas pistas, o que gerou prejuízo de R$ 350. Uma das medidas que tomou para evitar transtornos foi colocar rodas de ferro, que não amassam com facilidade. ;Tem cidades que vivem com esse problema o ano inteiro. Outras, só nesta época de chuva. Eu percebo descaso muito grande. E isso, na capital do país;, indigna-se.

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Em Ceilândia, o asfalto da QNM 10, pista de quase três quilômetros, está todo esburacado. Segundo o vigilante Ronaldo Lopes, 36, moradores buscam uma solução para a questão há quatro anos. ;Não queremos tapa-buraco, mas, sim, o recapeamento da pista;, afirma. A comunidade entrou em contato com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e com a administração da cidade, mas, segundo ele, nada mudou. Outro morador relatou prejuízo de mais de R$ 3 mil. ;Tive de trocar a suspensão dianteira e um pneu, que estourou;, reclama o vigilante Carlos da Silva, 52.

O mecânico Alecsandro Lucas, 45, confirma o aumento no número de atendimentos devido aos danos causados pelo asfalto irregular. ;Antes eram dois, três. Só neste mês, já foram 10. Todos com a suspensão estragada e o pneu estourado;, revela. Moradores da cidade planejam fazer um protesto no local e pedem providências da Novacap e da administração de Ceilândia. ;Está difícil andar de moto ou de carro na cidade. Precisamos de alguma atitude;, demanda o advogado Lulo de Sousa, 39. Em outro ponto da cidade, na QNM 6, um buraco atrapalha o tráfego de veículos.

;É isso aqui que temos de enfrentar. Andar na cidade está perigoso;, diz um motoqueiro da Companhia Energética de Brasília (CEB). Márcio Machado, 40, teve de passar lentamente pelo local para não danificar o veículo. ;Essa semana, tive de trocar um pneu e uma peça da suspensão porque caí em um buraco. São R$ 350 a menos na minha conta;, lamenta o representante comercial. Em Arniqueiras, a situação não é diferente. O local, ainda em processo de regularização, tem sistema de drenagem de águas fluviais, no entanto, os buracos e o asfalto desgastado causam prejuízos e desconforto a motoristas e motociclistas. ;Pagamos tantos impostos e não temos retorno;, reclama o motociclista Moisés Alves, 42.

Resposta do governo
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) esclarece que mantém sete equipes de manutenção de vias para a Operação Tapa-buraco e fornece massa asfáltica para as administrações regionais executarem esse tipo de trabalho com equipes próprias. Em 2016, foram investidos aproximadamente R$ 48 milhões no serviço de manutenção de pistas. A expectativa é de que, até o fim deste ano, o investimento seja de R$ 8 milhões por mês.

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