Jornal Correio Braziliense

Cidades

Em carta, menor detido descreve plano de resgate e assassinato de agentes

Carta encontrada em Unidade de Internação coloca em alerta agentes socioeducadores do DF. Secretaria da Criança, no entanto, nega crise

Em nota, a Secriança informou que o menor vai cumprir até 15 dias de medida disciplinar na unidade. Segundo a pasta, o infrator ficará fora das atividades internas nesse período.


"Não houve crise", afirma coordenador


Apesar do teor violento do texto, o coordenador de Internação e Semiliberdade da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal, Carlos Augusto Pereira de Sousa, não vê motivo para pânico. "Não houve qualquer situação de crise (com a divulgação da carta). Inclusive, pedimos ajuda à polícia e identificamos o autor", disse ao Correio.

Ainda segundo Sousa, a Unidade de Internação de São Sebastião está "sob controle". "Nós não podemos divulgar números de internos nem de servidores no local por questões de segurança, mas não há superlotação nem baixo efetivo", garantiu.

Agentes temem ameaças dos internos


A declaração do coordenador da Secriança não alivia, contudo, o temor dos agentes socioeducativos que atuam nas unidades de internação. O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do Distrito Federal (SSE/DF), Walter Marques, comenta que trabalhadores da categoria vivem sob constantes ameaças de morte.

"A carta só escancara o risco que os agentes correm no dia-a-dia", acusa o representante. Ele acredita que seria preciso que os responsáveis pela escolta permanecessem armados durante o trajeto. Porém, o porte de armas não é permitido a agentes socioeducativos. Um projeto de lei para derrubar a proibição, de autoria do senador Hélio José (Pros/DF) chegou a tramitar no Senado, mas o texto acabou arquivado em março deste ano.