Sarah Peres - Especial para o Correio, Deborah Novais - Especial para o Correio
postado em 04/01/2018 06:00
O preço de um mesmo produto escolar pode variar até 60% nas papelarias do Distrito Federal. No caso de material com marcas distintas, a diferença tem chance de chegar a 1.000%. Por isso, neste primeiro mês do ano, época tradicional para os pais garantirem as listas adotadas pelos centros de ensino, a ordem é pesquisar. ;A oscilação é como a compra de um carro popular ou um importado: há uma grande diferença na qualidade;, compara o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel), José Aparecido da Costa Freire. Segundo ele, a divergência é recorrente em mochilas, estojos e lancheiras.
Em comparação a 2017, a variação de preço dos materiais escolares ficou entre 3% e 4%. Segundo José Aparecido, na próxima semana, também pode ocorrer mudança no valor dos livros, pois as editoras voltam de férias. A diferença deve se manter na mesma margem dos demais produtos de papelaria. A alteração na lista de publicações didáticas costuma ser feita pelas escolas a cada três anos, em decorrência de novo plano diretor. ;Isso vai do poder de compra à margem que cada um trabalha, se foi adquirido direto da fábrica ou do atacado;, explica.
Somente em livros escolares do 1; ano do ensino fundamental, o brasiliense gasta uma média de R$ 765. No caso do ensino médio, a cobrança inicia em mais de R$ 2 mil. ;Em alguns colégios, apenas em relação às obras de literatura, como Senhora e Dom Casmurro, custam por volta de R$ 3,2 mil;, ressalta o livreiro da Papelaria J.A., Erison Costa. As listas de materiais referentes à educação infantil variam de R$ 140 a R$ 210. O presidente do Sindipel recomenda que se aproveite o início de janeiro para a compra dos materiais. ;O calendário escolar está sendo cada vez mais reduzido e comprar de última hora gera correria e falta de produtos;, alerta.
Descontos
Para economizar no material escolar, muitos pais optam por compras coletivas ou por pesquisas realizadas por conta própria. Há sete anos, Rafaela Torres, 41, moradora do Jardim Botânico, mobiliza um grupo para adquirir os produtos em grande quantidade. No começo, eram 10 mães interessadas em gastar menos. Com o tempo, o negócio cresceu e, hoje, a economista atende 715, de seis escolas, e cobra R$ 60 pelo serviço. ;Transformei o projeto em um trabalho familiar, pois tenho ajuda da minha mãe e do meu marido. Faço as compras no atacado, antes da virada do ano, porque consigo adquirir materiais de qualidade e com um preço bom, pois a remarcação de preço ocorre em janeiro;, conta.
A economista explica que, por atender muitas pessoas, consegue descontos altos. ;À vista, tenho até 18% de desconto e, com os materiais gerais, entre 30% a 40%, se comparado aos valores de novembro, mês em que realizo as compras. Mas, se compararmos com janeiro, a porcentagem sobe;, revela. Quem escolhe a compra coletiva confirma a economia. ;Obtém-se descontos muito bons com produtos de qualidade, que não se conseguiria comprando individualmente;, atesta a professora universitária Raquel Botelho, 41, que há cinco anos adotou a forma de consumo.
A professora Erika Amaral, 40, moradora de Taguatinga, também recorre às compras coletivas pelo segundo ano. ;Antes, eu e outros pais pagávamos uma taxa na escola pelos materiais. Mas, no ano passado, a lista veio muito cara. Então, juntei 15 e fui ao atacado, que vale a pena;, diz. ;Neste ano, foram 27 listas, de sete séries. É trabalho fazer compra coletiva, mas é recompensador, porque se economiza e se tem um consumo consciente;, finaliza.
Dicas para economizar
; Compre livros de segunda mão
; Reaproveite materiais que sobraram
; Abra mão dos desejos dos filhos
; Faça pesquisas em papelarias e na internet
; Compre coletivamente