Jornal Correio Braziliense

Cidades

Ano de 2017 termina com alta de 32,4% em casos de estupros no DF

Foram 883 denúncias, quase um terço a mais do que o registrado em 2016


Mesmo assim, a quantidade de estupros consumados aumentou. Passou de 616 em 2016 para 687 em todo o ano passado: um salto de 12%. O acumulado de janeiro a dezembro de 2017 seguiu a tendência do que aconteceu mês a mês no DF. O crime chegou a ser o único que continuou crescendo na capital.

Até 15 de dezembro de 2017, 466 vítimas eram mulheres e 53, homens. A faixa etária é de 10 a 32 anos. Em todo o ano, 55% dos estupros ocorreram sem conjunção carnal e 39% dos crimes ocorreram na casa da vítima ou do autor. Em 59% dos casos havia vínculo entre a vítima e o estuprador, segundo a Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social (SSP-DF).

[SAIBAMAIS]Os dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira (8/1), durante um balanço criminal da SSP-DF. Conforme o Correio divulgou com exclusividade no sábado (6), o número de pessoas assassinadas na capital caiu 15,7% em 2017.

As forças de segurança pública registraram 498 mortes de janeiro a dezembro do ano passado, contra 591 em 2016. Esse é o menor número de ocorrências dos últimos 15 anos ; em 2002, houve 497 mortes.

Proporcionalmente ao número de habitantes, a quantidade de homicídios no ano passado também é a menor em quase três décadas. Houve 16,3 casos para cada grupo de 100 mil moradores. Em 1988, a taxa foi de 15,2.

Latrocínios em queda


Os casos de latrocínio também reduziram. Passaram de 44 em 2016 para 36 em 2017: uma diminuição de 18,2%. Mas, em compensação, os registros de lesão corporal seguida de morte se mantiveram. Houve cinco casos de janeiro a dezembro de 2017: o mesmo número em 2016.

Mesmo com as reduções, nas ruas, a população ainda reclama da insegurança. Para representantes da SSP-DF, no entanto, a sensação de segurança está relacionada a outros fatores, que não se resumem apenas à competência das forças policiais, como poda de mato alto e reforço na iluminação.

O secretário de Segurança Pública, Edval Novaes, reforçou que o apoio das secretarias de Cidades, Saúde e Mobilidade ajudou no combate aos crimes, inclusive nos casos de manutenção da qualidade de vida da população, com as operações do Cidade Limpa. Além disso, a Saúde dá o suporte ao atendimento das vítimas de estupro. "Os resultados atingidos são fruto da política de segurança pública do governo, o empenho das forças de segurança e a parceria com demais órgãos, como Secretaria de Cidades, Mobilidade e Saúde", ressaltou.

Em 2017 as polícias Militar e Civil prenderam 14.481 pessoas. Nesse total, estão incluídos os adolescentes apreendidos. Outras 32.031 acabaram detidas: quando o cidadão é levado à delegacia, assina o termo circunstanciado se comprometendo a comparecer à Justiça e é liberado.

Crimes contra o patrimônio

Na tendência da redução dos crimes, todos os delitos contra o patrimônio reduziram. O que menos abaixou foram os furtos em veículos. Em todo o ano passado houve 12.656 casos contra 12.779 em 2016. Uma queda de apenas 1,1%.

Todos os outros seguiram em queda. Foi assim com a quantidade de roubo a pedestres, que passou de 38.206 em 2016 para 36.763 em 2017 (- 3,8%); roubo de veículo, com 4.855 casos no ano passado contra 5.663 em 2016 (- 14,3%); e assalto em transporte público, que em 2016 registrou 3.130 episódios e, em 2017, 2.681 (- 14,3%).

Também diminuíram os casos de assalto a comércio, passando de 2.774 em 2016 para 2.136 em 2017 (- 23%); e roubo a residência, com 862 registros no ano passado contra 919 em 2016 (- 6,2%).

Menos mortes no trânsito

As mortes no trânsito também caíram. Na tentativa de seguir a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir, pela metade, o número de vítimas no asfalto no período de uma década, de 2011 a 2020, o Departamento de Trânsito do DF (Detran) conseguiu diminuir em 35% a quantidade de tragédias nas pistas da capital.

A quantidade de óbitos passou de 390 de janeiro a dezembro de 2016 para 254 no mesmo período do ano passado. A previsão da ONU é de 225 óbitos em 2020.

Segundo o Detran, essa é a menor quantidade já registrada em toda história do DF. Se considerar apenas as vias urbanas, a redução foi ainda maior: 37%. As vítimas passaram de 143 em 2016 para 90 em 2017 .

Dezembro também bateu a menor taxa de mortos em 31 dias. De 1; de dezembro até o dia 31, 14 pessoas morreram. No mesmo período de 2016, houve 30 óbitos registrados.

Durante todo o ano, 24.425 motoristas foram autuados por embriaguez ao volante. Um crescimento de 70% em relação a 2016, quando agentes flagraram 14.358 condutores bêbados ao volante.