Cidades

Atirador entrou armado em boate porque conhecia donos e segurança, diz PCDF

Para delegado que investiga tiroteio em boate de Taguatinga, no sábado passado, jovem entrou armado porque conhecia responsáveis pela festa. Acusado nega a autoria do crime

Hellen Leite
postado em 24/01/2018 11:56
O jovem apontado como autor dos tiros em cela da 17ª DP: ele nega ser o autor do crime
Investigações da Polícia Civil apontam que o jovem acusado de atirar em seis pessoas durante festa em uma boate de Taguatinga, no sábado passado (20/1), conseguiu entrar armado no estabelecimento porque conhecia os donos e o segurança da casa noturna, chamada O Beco Underground. O suspeito, identificado como Ruan Guilherme César Cavalcante, 19 anos, foi preso preventivamente na terça-feira (23/1). Ele nega ser o autor dos disparos, e a arma usada no crime ainda não foi encontrada.

Na manhã desta quarta-feira (24/1), o delegado da 17; Delegacia de Polícia, Joás Rosa de Souza, informou que o jovem será responsabilizado por seis tentativas de homicídio. A pena, em caso de condenação, varia de 12 a 20 anos de prisão. Ainda segundo o delegado, a transferência da 17; DP para a Carceragem da Polícia Civil deve ocorrer ainda hoje.

Souza diz haver informações suficientes para apontar que Ruan é o autor dos disparos. Ele estaria na área VIP da festa e começado a atirar depois de um desentendimento com um grupo de pessoas, por volta das 3h30 da manhã. Ele teria sacado a arma e disparado sete vezes em direção à pista do evento, ferindo seis pessoas. Um vídeo postado no Facebook mostra esse momento:
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Ainda segundo o delegado, não há indícios de que os donos e funcionários do estabelecimento tenham relação direta com o tiroteio, mas a polícia trabalha com a possibilidade de que o chefe da segurança do local, José Inácio de Araújo Oliveira, 26 anos, tenha facilitado a entrada do atirador armado no local.

Os donos da boate ; Renato Eduardo Ervilha de Carvalho, 28 anos, Fábio Luíz Conceição Borges, 37 anos, e Waleska Aparecida Rocha dos anjos, 21 anos ; foram presos em flagrante sob suspeita de ter alterado a cena do crime e tentar impedir que a perícia entrasse no local no dia do incidente, mas pagaram fiança e foram liberados. O trio vai responder por fraude processual.

Já o segurança, vai responder por fraude processual e será investigado também por falsidade ideológica. Segundo a polícia, José Inácio de Oliveira não tinha formação de segurança e se passava por vigilante para fechar contratos com estabelecimentos. A pena pode chegar a 4 anos de prisão.


Boate não tinha alvará


A boate funcionava havia aproximadamente um ano na QI 16 de Taguatinga, sem alvará do Corpo de Bombeiros e sem registro na Agefis. A polícia também investiga a venda de bebida adulterada na boate e se o local era usado como ponto de tráfico de drogas.

Depois do tiroteio, quatro pessoas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e duas ao Hospital Regional da Ceilândia (HRC). Segundo a Polícia Civil, uma pessoa de 27 anos foi baleada na coxa esquerda. Um jovem de 18 anos foi atingido por um tiro no ombro direito e dois no braço direito. Outra vítima ficou ferida na região da testa e no braço esquerdo. Uma quarta pessoa teve ferimentos na coxa e outra no queixo. A última atingida foi baleada no tórax.

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