Cidades

Bloco Pacotão sai na 302 Norte com críticas a classe política

De acordo com a PMDF, 4 mil pessoas estavam na concentração, número que deve dobrar até o fim do trajeto

Bernardo Bittar
postado em 11/02/2018 16:56
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A folia do Pacotão, um dos blocos mais tradicionais da cidade começou por volta das 14h. Quando o bloco começou a subir o Eixão, por volta das 15h30, cerca de 4 mil pessoas estavam presentes, segundo levantamento preliminar da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O número de foliões, no entanto, deve dobrar até o fim do trajeto, na 504 Sul. Com o calor, algumas pessoas passaram mal e foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros.

[SAIBAMAIS]Como o Pacotão costuma criticar a classe política e não recebe ajuda do governo, levantou a bandeira do "Folia Sem Dinheiro Público", tema de 2018. Até os preservativos, normalmente distribuídos pela Secretaria de Saúde do DF, nos outros blocos, foram doação de uma rede de motéis.

Itamar Franco voltou

Entre as alegorias do bloco, a do ex-presidente Itamar Franco chamou a atenção dos foliões. "Só assim para dar jeito. Tive que ressuscitar, aí a Nação vai pra frente", contou o corretor de imóveis Jafé Torres, que interpreta o personagem.

O público é, normalmente, mais velho e fã de política. Os namorados Felipe Rocha, 30, servidor, Aline Moura, 29, estudante, estiveram no Pacotão pela primeira vez em 2018. "Gostei do clima, achei a festa tranquila e os temas muito divertidos. Acho que dá para voltar em outros anos."
Pelo décimo quinto ano, o artista plástico Jeová Araújo, 62, participou do Pacotão, e destacou a irreverência do bloco. Neste ano, se vestiu como índio. "Gosto daqui porque tem um viés político divertido. Me disseram que a fantasia de índio seria polêmica, até por causa dos indígenas fazendo protestos e dizendo que a etnia não era fantasia. Mas, aqui em Brasília, o carnaval é do bem e as pessoas não me hostilizaram", contou
No bloco, teve até aqueles que decidiram levar os animais de estimação. O síndico Raphael Rios, 55, foi acompanhado da cachorrinha Saphira, de 3 anos. "Vim passar meu aniversário aqui, estou comemorando do jeito que gosto. A ideia da fantasia é a condução coercitiva, expressão da moda em tempos de Lava-Jato e tudo a ver com o tema desse bloco", contou.

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