Cidades

Ônibus colide com carreta na BR-020, perto de Formosa; ao menos 8 mortos

O ônibus, que seguia de Cajazeiras (PB) para Goiânia, ficou destruído com a colisão. Dezenas de feridos foram resgatados e levados para hospitais em Brasília e em Formosa

Jacqueline Saraiva, Renata Nagashima*, Deborah Novais - Especial para o Correio, Murilo Fagundes*
postado em 15/02/2018 10:05

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Oito pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas em um grave acidente entre um ônibus, que fazia uma viagem interestadual, da empresa Guanabara (grupo Real Expresso), uma carreta carregada de adubo, com placa do município de Guarapuava (PR), e outro caminhão. A colisão frontal ocorreu por volta das 6h30 desta quinta-feira (15/2), na BR-020, entre os povoados de JK e Bezerra, próximo ao município de Formosa (GO), a 45km do Distrito Federal. Seis pessoas morreram na hora e outras duas, que chegaram a ser socorridas e hospitalizadas, morreram na unidade de saúde. A confirmação do aumento no número de vítimas só foi divulgada no início da noite desta quinta, pelo Hospital de Base do Distrito Federal, onde morreu a oitava vítima.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o impacto foi tão forte que uma das laterais do ônibus ficou completamente destruída, o que pode ser confirmado pelas fotos do desastre. De acordo a corporação, o ônibus vinha de Cajazeiras (PB) para Goiânia (GO). No quilômetro 45 da BR-020, o ônibus invadiu a pista contrária e bateu de frente com uma carreta carregada de adubo. Após a colisão, o caminhão acertou o guard-rail e voltou para pista, quando bateu com uma segunda carreta.

Até por volta das 14h, todos os corpos haviam sido retirados do ônibus e levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Goiás. Três das vítimas identificadas tiveram os nomes revelados: o motorista do ônibus, Édison Lopes Lima, 47 anos; e os passageiros Antônio Elton Pereira Rodovalho, 38; e Iarana Santos Sousa, 1 ano e 4 meses. Os bombeiros acreditam que a mãe da criança, Larissa Santos Sousa, está em estado gravíssimo no Hospital de Sobradinho.


O local já foi periciado pela polícia. Em vídeos feitos por testemunhas é possível ver como foi o socorro dos bombeiros às vítimas, momentos depois da colisão. Na parte frontal do ônibus, um amontoado de ferragens e objetos espalhados demonstram a violência da batida (veja abaixo).
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A PRF afirma que o ônibus, que seguia de Cajazeiras (PB) para Goiânia, levava ao menos 43 pessoas. Segundo o major Bráulio Flores, comandante do Corpo de Bombeiros de Formosa, três vítimas foram levadas de helicóptero, em estado gravíssimo, para Brasília. Outras 12, em estado grave, seguiram de ambulância para hospitais no DF e em Formosa. E 15 pessoas, com ferimentos mais leves, também ficaram no hospital da cidade goiana. No DF, hospitais de Sobradinho, Paranoá e Planaltina, além do Instituto Hospital de Base, receberam os feridos.

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, as vítimas neurológicas foram concentradas no Base, enquanto os casos clínicos e ortopédicos foram levados à unidade de saúde em Formosa. A pasta confirma que até o começo da tarde, ao menos 12 feridos haviam sido encaminhadas ao DF.

O Hospital de Base, por meio de nota, afirmou que três pacientes adultos deram entrada no pronto-socorro, trazidos por resgate aéreo do Corpo de Bombeiros. Um deles, um homem de idade não informada, não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade. Os outros dois, um homem e uma mulher, seguem em estado gravíssimo, com múltiplos traumas. De acordo com a unidade de saúde, eles foram sedados e respiram por aparelhos. A mulher sofreu uma parada cardíaca.

Joana Jacinta soube do acidente por redes sociais: preocupação

No Hospital Regional de Planaltina (HRP), são quatro os pacientes atendidos. Joana Jacinta ficou sabendo do ocorrido por meio de uma página nas redes sociais e, logo depois, confirmou com a empresa que a mãe dela estava no ônibus. A moradora de Ceilândia chegou a Planaltina por volta das 12h30 à procura de Heloisa de Almeida, 76 anos, que vinha de Pombal (PB). Ela teve alguns ferimentos, passa bem, mas continua internada porque tem problemas cardíacos.

[SAIBAMAIS] Durante o resgate das vítimas, o trânsito na rodovia foi totalmente bloqueado nos dois sentidos e havia congestionamento desde o km 42. Além da PRF, PM e Corpo de Bombeiros, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do DF e de Goiás também foi acionado.

Resgate

O Corpo de Bombeiros do DF enviou uma aeronave e sete ambulâncias para ajudar no resgate das vítimas. Militares da corporação e agentes da PRF também seguiram para lá, dando apoio às equipes de Goiás e controlando o tráfego. A carreta, segundo a PRF, transportava adubo e a carga ficou espalhada no local. A empresa responsável providenciou o guincho. Segundo a Polícia Militar, a comunicação por aparelhos eletrônicos foi dificultada na região, uma vez que o sinal de rádio e de celular é praticamente inexistente. Por volta das 10h50, a PMDF enviou o helicóptero Fênix do Batalhão de Aviação Operacional da PMDF (BAvOp) para auxiliar os trabalhos de socorro.

A região onde a colisão ocorreu é próxima ao Sítio Arqueológico de Bisnau. O trecho é de pista simples, com ultrapassagem proibida. Ainda não se sabem as circunstâncias do acidente.

Empresa lamenta acidente

O Grupo Real Expresso informou que providenciou outro ônibus para deslocar os passageiros que escaparam da tragédia com vida. Em nota, a Guanabara explicou que o ônibus saiu de Cajazeiras às 16h35 de terça-feira (13/2) e que o motoristas teve 20 horas de descanso antes de assumir o volante. Ressaltou ainda que, assim que foi comunicada do acidente, enviou uma equipe de Brasília para prestar assistência aos passageiros. "A Guanabara lamenta o ocorrido e ressalta que irá prestar assistência necessária às vítimas. A empresa disponibiliza o telefone do SAC 0800-7281992 para atendimento aos familiares dos passageiros", escreveu.

Em nota, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que o ônibus é novo e "está em conformidade quanto aos requisitos legais". Além disso, a Expresso Guanabara tem autorização da agência para operar na linha.

*Estagiários sob supervisão de Jacqueline Saraiva

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