Cidades

Um grito de resistência: banda Jah Live volta à ativa com novo vocalista

Banda acabou em 2010, mesmo com mais de 20 mil discos vendidos e uma boa trajetória no cenário nacional; músicos voltaram a tocar no ano passado

Ádamo Araújo - Especial para o Correio
postado em 16/02/2018 17:56
Banda de reggae Jah Live

Era meados de 1998, quando o Brasil começava a dançar e a se emocionar com as letras e acordes da recém-lançada Nativus (atual Natiruts). No mesmo período, quem morava na QE 19 do Guará II também ouvia os primeiros ensaios de garagem da Jah Live. Remanescente da formação original, o batera Martin Barreiro, relembra como foi o início. "Coitada da minha mamãe, dona Ana. Se não fosse a paciência dela, acho que não teríamos durado nada", brinca.

E, na verdade, durou pouco mais de 10 anos. Pois, em 2010, mesmo com mais de 20 mil discos vendidos, uma boa trajetória no cenário nacional e com o reggae em alta, a banda acabou. A volta ocorreu somente no ano passado, quando Martin conheceu Victor Vitrola, um talentoso vocalista de Recife (PE).

"Perguntei se ele animava de reviver a Jah Live. O trabalho dele era cantar e, o meu, reunir os mesmos integrantes da primeira formação. Dito e feito", conta o baterista. Com a formação original e uma nova voz cheia de vida e talento, o grupo regravou três músicas do primeiro disco e lançou Sonhar, já com um vídeo clipe.

Compõem ainda o time, o baixista Bruno Xavier, o guitarrista Rodney Silveira e o tecladista Henrik Marcos.

Influenciados por lendas como Peter Tosh, Reggae Nacional, Natiruts, Edson Gomes, Sine Camon e, obviamente o eterno Bob Marley, a banda busca novos sons e misturas para além do reggae.

Uma preocupação, porém, é com o atual cenário do estilo em âmbito nocal e nacional. "Não tenho visto no cenário atual, e as bandas da nossa época se apagaram. Também sumiram do cenário", lamenta Martin.

Em relação ao conteúdo das letras, as composições buscam ressaltar experiências de vida, cotidiano familiar e o amor. Mas onde está a crítica social e política típica da filosofia reggae?

O batera explica que a banda escreve sobre o tema, mas enfatiza o fato de nem tudo se resumir a crítica política e social. "É até difícil comentar o contexto brasileiro. Falar do nosso país somente em um música é pouco, precisaríamos de um livro", ironiza.

Sobre a programação para 2018, eles esperam continuar alimentando as redes sociais da Jah Live com singles e clipes. Há músicas gravadas em parceria com Marina Peralta, cantora de Mato Grosso do Sul; com Tati Portela, vocalista da banda gaúcha Chimaruts; e uma regravação do Rei Roberto Carlos.

Em relação a shows, a banda parte, em abril, em datas a confirmar, para apresentações em São Paulo, Guarulhos, Natal e Fortaleza. Além, é claro, do Cerrado.

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