Lucas Nanini - Especial para o Correio
postado em 19/02/2018 06:00
O fim do carnaval não significa fim de festa em Brasília. Quem quiser mais folia pode sair para a rua e celebrar com diversos blocos, de ritmos variados. A programação na capital federal prevê eventos até o próximo domingo, com entrada franca. A comemoração que extrapola o carnaval vira diversão para quem viajou durante os quatro dias de festejos. Blocos e grupos especializados aproveitam também para organizar confraternizações contando com a participação do público.
É o que fazem as oito agremiações da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília, na chamada Ressaca de Carnaval. As bandas e equipes de Pacotão, Baratona, Raparigueiros, Galinho, Asé Dudu, Baratinha, Mamãe Taguá e Menino de Ceilândia se apresentam em formato de trio elétrico ou no chão do espaço em frente à sede da liga, no Núcleo Bandeirante, no próximo sábado, a partir das 16h.
;Como fazemos ensaios do pré-carnaval ali há muitos anos, resolvemos promover essa confraternização. Nos últimos três anos, foi na Candangolândia, mas, neste ano, decidimos voltar ao Núcleo Bandeirante, porque ali é um dos berços de Brasília e de alguns blocos tradicionais;, afirma o presidente da liga, Jorge Cimas.
A expectativa de público para a ressaca deste ano é superar o número de 2017, quando 5 mil pessoas participaram da festa. ;A população sabe que tem carnaval, conta com o carnaval, pegou gosto pela festa, por isso esperamos muita gente, foliões de todos os blocos e a comunidade das regiões.;
A festa é um dos últimos eventos do calendário oficial. No mesmo dia, a Ressaca do Suvaco da Asa é atração na Aruc, no Cruzeiro. No domingo, o público ainda pode conferir o bloco Esquenta Mas Não É Chá, no estacionamento do Conselho Tutelar do Riacho Fundo 1.
Novatos
O pós-carnaval teve início na última sexta-feira. Na 408 Norte, teve o Mardi Grass Nola. O espaço recebeu o Rivotrio no dia seguinte. Em Brazlândia, a Brazfolia foi atração de sexta e sábado. Ontem, a programação contou com dois blocos ainda novatos na folia de Brasília. A data marcou a estreia do samba do Brasil Capital, no Guará. Na Vila Planalto, o Ska Niemeyer levou ritmos jamaicanos pela segunda vez ao público da praça da Igreja do Rosário.
O Brasil Capital é uma iniciativa dos produtores Ronaldo Castro, Gabrielle Souto e Fernanda Rosa, com o intuito de abrir um espaço para o samba. ;Queremos uma sede do samba no Guará. Lutamos por isso o ano inteiro;, afirma Fernanda. ;Essa festa após o carnaval é também uma forma de aproximar as pessoas dessa realidade cultural;, completa. A principal atração foi a banda Brasil Capital Samba Show, mas o evento contou com brinquedos, food trucks e outras atrações artísticas para atrair pessoas de todas as idades.
Nascido do bloco Carnamaica, o Ska Niemeyer estreou no ano passado e foi sucesso. Por isso, repetiu a dose em 2018. O grupo se apresentou também na terça-feira de carnaval, na Praça dos Prazeres. Em 2017, os músicos da agremiação pensaram que a festa, na semana seguinte, seria menor, mas o que viram foi uma galera pra lá de animada. ;A gente pensou em uma coisa mais tranquila, família, diversificada. Mas vejo que a galera guarda um pouco de energia para depois;, afirma o baixista e idealizador do bloco, Vinícius Corbucci.
Os integrantes do Ska Niemeyer pensaram, inicialmente, que a participação no pós-carnaval seria mais uma reunião de amigos. A adesão maciça do público surpreendeu os músicos. ;A gente tinha pouca inserção no meio dos blocos alternativos, ficava receoso de não ter ninguém. Fizemos a primeira edição, foi no domingo (após o carnaval) e bombou;, declara Vinícius. O baixista diz não descartar que eles entrem também no calendário oficial dos blocos durante o carnaval.
Festa aprovada
Os foliões adoraram a ideia de estender o carnaval até as semanas seguintes. O projetista Bruno Alves, 26 anos, diz que pretende comemorar a festa durante todo o mês. ;Carnaval é sempre bom. Sempre que eu achar festas legais para ir, eu vou;, garante. Ele esteve no Ska Niemeyer com um grupo de amigos, ontem, e usou um cocar de índio norte-americano.
As arquitetas Camila Pimenta e Carla Castanheira, ambas de 36 anos, também reuniram amigos para celebrar o pós-carnaval na Vila Planalto. Camila aceitou o convite para ir ao Ska Niemeyer também porque é fã de ritmos jamaicanos. ;Eu vim para me divertir com os amigos, mas também porque gosto de ska e reggae.;
Até quem trabalha com o carnaval gosta da ideia de ter um cronograma ampliado para poder se divertir. Idealizador do Carnamuseu, o produtor cultural Márcio Apolinário esteve em alguns eventos da pós-folia neste fim de semana. ;A gente sai com o intuito de descontrair, pois não teve tempo de sair no carnaval, foi mais trabalho mesmo;, conta. Ele também aproveita para rever amigos. ;Encontramos parceiros de outros blocos, músicos. É um espírito de confraternização legal, e também aprendemos vendo a estrutura de outros blocos.;
Programação
Confira alguns dos eventos do pós-carnaval no DF
Sábado (24/2)
Ressaca Blocos Tradicionais
(Pacotão, Baratona, Raparigueiros, Galinho, Asé Dudu, Baratinha, Mamãe Taguá e Menino de Ceilândia)
Local: SIBS, Quadra 3, estacionamento do Banshop ; Núcleo Bandeirante
Horário: 17h
Ressaca do Suvaco da Asa
Local: Aruc (Cruzeiro)
Horário: 21h
Domingo (25)
Esquenta Mas Não É Chá
Local: Estacionamento do Conselho Tutelar ; Área Central 3 ; Riacho Fundo I
Horário: 14h