Walder Galvão*
postado em 22/02/2018 17:07
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) finalizou a primeira audiência do caso do ciclista Raul Aragão, atropelado e morto em 21 de outubro do ano passado, na L2 Norte.
Testemunhas e o réu foram interrogados nesta quinta-feira (22/2), no entanto, a sentença só será designada após análise dos memorandos elaborados pela defesa, acusação, júri e Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Ainda não há prazo para a conclusão.
Testemunhas e o réu foram interrogados nesta quinta-feira (22/2), no entanto, a sentença só será designada após análise dos memorandos elaborados pela defesa, acusação, júri e Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Ainda não há prazo para a conclusão.
O estudante Johann Homonnai, 18 anos, é acusado de atropelar Raul. De acordo com o laudo da Polícia Civil, ele conduzia o veículo a 95 km/h em uma via onde a velocidade permitida é 60 km/h. Na audiência, Johann afirmou que não sabia a velocidade em que estava no momento do acidente. No dia, Raul chegou a ser socorrido e levado ao Hospital de Base de Brasília, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.
Na audiência de hoje, a sessão terminou em discussão entre as famílias do réu e vítima. Os parentes de Raul gritaram pedindo justiça e chamando o acusado de assassino. Em resposta, os familiares de Johann o defenderam e afirmaram que houve um acidente.
Após a sessão, familiares e amigos do Raul se reuniram em frente ao TJDFT. Eles levaram cartazes pedindo justiça e alertando sobre os perigos do excesso de velocidade. "Raul vive", gritaram em frente ao órgão.
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A sessão começou às 15h30 e recebeu testemunhas do acidente. O júri chamou o sargento da Polícia Militar Edson Moraes para prestar depoimento, já que ele atendeu a ocorrência no dia. "Cheguei depois que tudo aconteceu. Vi o veículo e a bicicleta. Em seguida, submetemos o acusado ao teste do bafômetros, que deu zerado", comenta.
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Testemunhas
A sessão começou às 15h30 e recebeu testemunhas do acidente. O júri chamou o sargento da Polícia Militar Edson Moraes para prestar depoimento, já que ele atendeu a ocorrência no dia. "Cheguei depois que tudo aconteceu. Vi o veículo e a bicicleta. Em seguida, submetemos o acusado ao teste do bafômetros, que deu zerado", comenta.
Em depoimento, uma outra testemunha afirmou que viu o "exato momento da batida", e que não houve frenagem. Segundo ela, Raul bateu no para brisas e foi arremessado no canteiro, já desacordado.
*Estagiário sob supervisão de Ana Letícia Leão.
Réu
Durante a sessão, Johann ficou a maior parte do tempo com braços cruzados, expressão séria e fazendo movimentos repetitivos com a perna. Ele permaneceu com cabeça baixa e, em alguns momentos, desviava o olhar em direção a própria família. Namorada, mãe e irmã compareceram ao local. Poucas vezes encarava as testemunhas ou o juiz.
Johann afirma que Raul entrou de repente na via e que ele tentou desviar, mas o tempo foi insuficiente. "Lembro dele entrando na pista e depois batendo no para brisa. Não sei precisar a velocidade em que eu estava", diz. Após o acidente, ele conta que desceu do carro e acionou o socorro. "Gritei para outras pessoas que estavam passando para chamar ajuda. Fiquei muito abalado", lembra. O estudante conduzia com permissão para dirigir.
A diretora do Rodas da Paz, Renata Florentina, ressalta que quem dirige acima da velocidade permitida assume o risco de tirar a vida de alguém. "Após esse primeiro momento, tudo indica que o juiz vai ter um entendimento melhor do caso. O Raul não tinha chance de defesa nesse caso. Esse tipo de velocidade não dá chance a ninguém", frisa. Renata comenta que o acidente com o ciclista fica como exemplo para alfabetizar as pessoas no trânsito. "Velocidades altas não são compatíveis com o espaço urbano", completa.
*Estagiário sob supervisão de Ana Letícia Leão.