Uma fonte da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô/DF) ouvida pelo Correio afirmou que o metrô que saiu dos trilhos na manhã desta quarta-feira (28/2) estaria rodando com freio isolado. Na manhã de terça-feira (27/2), o veículo teve problemas na tração e foi rebocado próximo a Estação Centro Metropolitano, em Taguatinga, até o pátio de consertos. Para ser transportado, é necessário fazer um isolamento no freio, que faz com que a velocidade máxima do trem possa ser de até 20 km por hora e sem passageiros.
Segundo a fonte, o metrô voltou aos trilhos na manhã da quarta-feira (28/2), e o isolamento dos freios não foi retirado. O veículo rodou no horário de pico, levando mais de 1000 pessoas, e o problema só foi percebido por volta das 9h. Os passageiros que estavam no veículo tiveram que descer na Estação Águas Claras para que um outro piloto levasse o trem para o pátio de concertos. Poucos metros depois, o veículo teve uma pane, por estar rodando com o freio isolado há muito tempo, e acabou passando direto pelos trilhos e batendo em um parachoque.
O Correio conversou com o diretor de Operação e Manutenção do Metrô-DF, Carlos Alexandre da Cunha, que contou que o trem teve uma falha de tração no dia anterior e só foi liberado para uso após passar por testes de funcionamento. ;O piloto saiu de Ceilândia, para a primeira viagem do dia, e ao chegar na Estação de Águas Claras viu que o painel do trem mostrava que dois freios estavam isolados. A partir disso, foi seguido o protocolo e os passageiros deixaram o veículo para que ele fosse levado ao pátio de manutenção;, conta.
Segundo o diretor, os freios são isolados quando é percebido que eles estão com algum problema. É possível rodar normalmente com o freio de um vagão isolado, mas a partir de dois, é indicado que o veículo pare, os passageiros sejam retirados, e ele trafegue em até 20km/h até o pátio de concerto. No momento, um comitê formado por membros das diretorias de manutenção e técnica está investigando o que teria feito os freios serem isolados e quando isso teria acontecido.
Durante a viagem na manhã do acidente, o trem rodou normalmente, com a velocidade habitual, variando de 60 km/h a 80 km/h. ;Acreditamos que os freios tenham sido isolados apenas em Águas Claras, pois se tivesse ocorrido antes, o piloto teria percebido e o trem teria dificuldades de parar na Estação;, afirma o diretor de operação e manutenção.