Cidades

Ao apurar assassinato, policiais desvendam esquema de bebidas falsas

Polícia Civil acredita que donos de casa mataram funcionário para esconder esquema criminoso

Mayara Subtil - Especial para o Correio, Lucas Vidigal - Especial para o Correio
postado em 02/03/2018 10:10
Agentes suspeitam de falsificação dos produtos vendidos na casa de shows
A Polícia Civil prendeu dois proprietários de uma casa de eventos no Incra 7, em Ceilândia Norte, acusados de matar um ex-funcionário, provavelmente com o intuito de esconder uma série de crimes que cometiam, incluindo falsificação de bebidas. A Operação Casablanca, deflagrada na manhã desta sexta-feira (2/3), apura também a participação de outras duas pessoas, acusadas de fazerem parte do esquema criminoso.

Segundo informações da 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia), os agentes da unidade investigavam o assassinato de Ulisses Augusto Pinto Coelho, o Pisca, em novembro de 2017. Ele era funcionário da casa de shows Casablanca, que deu nome à operação. Na apuração, acabaram desbaratando um esquema criminoso amplo.

Os suspeitos foram presos por volta das 6h. Os irmãos e donos da Casablanca, identificados como Rivieliton Gomes de Araújo, 39 anos, e Rivanildo Gomes de Araújo, 54, foram presos em flagrante. Rivieliton, que é agente de custódia aposentado, estava na QNN 19, de Ceilândia Norte, enquanto Rivanildo foi detido na Colônia Agrícola de Vicente Pires.
Duas pessoas foram acusadas de recebimento de carga: Keylia Maria Leite, 44 anos, encontrada no bairro Por do Sol, também em Ceilândia; e Petrônio Medeiros, 33 anos, localizado em uma chácara ao lado da Casablanca.

De acordo com o delegado-chefe da 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia), Adval Cardoso de Matos, a vítima de assassinato, Ulisses Pinto Coelho, era ex-presidiário e tinha problemas de alcoolismo. Além disso, morava de favor na casa de eventos e era um dos laranjas do esquema de adulteração de bebidas.

Ainda segundo o delegado, os criminosos informaram, durante depoimento, que a ação corria havia sete meses. "Eles mantinham um seguro de vida no nome do Ulisses de R$ 100 mil. Empresas também estavam a cargo da vítima. A polícia suspeita que tenha sido queima de arquivo, medo do então funcionário falar alguma coisa", explicou Matos.

Lucro de R$ 1 milhão

Os donos do terreno onde funcionava a casa de shows lucravam, em média, quase R$ 1 milhão por mês com o esquema. As bebidas eram compradas em regiões da Bahia e da Paraíba. Os suspeitos ainda acrescentavam uma substância no produto, que ainda vai ser analisada pelos peritos.
"O intermediário da entrega das bebidas em Brasília está foragido. O que sabemos é que ele pegou R$ 300 mil e desapareceu", completou o delegado, que precisou fazer a ocorrência de desaparecimento do suspeito.

Caso condenados, os suspeitos podem responder por crime tributário, porte de arma, crimes contra o consumo e associação criminosa. Eles estão à disposição da Justiça na 18; DP.

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