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Sede do Fórum Mundial da Água, DF se consolida com eventos internacionais

O evento será realizado de 18 a 23 de março, no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Isa Stacciarini
postado em 04/03/2018 08:00
Simulação da Avenida Olhos d'Água, que ficará na Vila Cidadã; e local onde a estrutura começou a ser montada
O 8; Fórum Mundial da Água, um dos congressos ambientais mais importantes do mundo, consolida a capital da república como um dos destinos para eventos mundiais. Após a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014, Brasília se torna palco de um evento científico a nível da Conferência Rio %2b20, que ocorreu na capital fluminense em 2013. Em meio à maior crise hídrica do DF, o evento pode ajudar no enfrentamento à escassez da água, com a colaboração de chefes de Estado, pesquisadores e interessados em debater o futuro do recurso hídrico.

Com orçamento de R$ 80 milhões, um total de R$ 50 milhões será dividido entre os governos federal e distrital. Até sexta-feira, 8 mil pessoas de 150 países tinham se inscrito. Os interessados podem preencher a ficha até amanhã. O diretor-presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), Paulo Salles, destacou que serão 340 seções temáticas (leia
Três perguntas para).

O encontro ocorre no momento em que os dois reservatórios do DF se recuperam das maiores baixas registradas. Em 7 de novembro do ano passado, a Barragem do Descoberto, responsável por 80% de abastecimento no DF, bateu recorde negativo, chegando ao nível de 5,3%. O de Santa Maria registrou 21,9% na mesma data. Na sexta-feira, eles operavam com 56,7% e 42,1%, respectivamente.
Estrutura montada para o fórum no estacionamento do Estádio Mané Garrincha

Mas, quando Brasília foi escolhida como sede do evento, em 2014, não se falava em crise hídrica. ;Foi antes mesmo dos problemas de abastecimento em São Paulo. Naquela época, só se acreditava que o Nordeste brasileiro enfrentava a seca;, relembra Ricardo Andrade, diretor executivo do 8; Fórum Mundial. ;A crise dá oportunidade para melhorias. Brasília receberá os melhores especialistas do mundo, que enfrentaram e venceram a seca, e estarão aqui para contar como conseguiram isso. É um momento apropriado.;

Potencial turístico


A partir do tema ;Compartilhando Água;, o fórum abordará mudanças climáticas e o impacto nos recursos hídricos, além dos financiamentos de infraestrutura hídrica para aumentar a segurança no abastecimento. Em janeiro, o presidente do Conselho Mundial da Água (WWC, na sigla em inglês), entidade que organiza o evento, Benedito Braga, disse ao Correio que a programação também discutiria a gestão integrada na área urbana, levando em conta o abastecimento de água, o tratamento de esgoto e a coleta de resíduos sólidos. ;Queremos ver soluções que possam ser utilizadas a longo prazo e influenciar os tomadores de decisão.;

A expectativa é receber, ao longo de seis dias, cerca de 40 mil pessoas, entre inscritos e visitantes. Desses, 15 mil são turistas. Segundo o secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena, o evento traz para Brasília uma identidade cosmopolita e contemporânea, palco de grandes decisões mundiais. ;Nós já demonstramos nossa capacidade em outros eventos esportivos que realizamos. Na época da Copa do Mundo, Brasília foi a cidade mais bem avaliada no quesito segurança. Esse é um dos primeiros pontos na hora de se pesquisar um destino e temos demonstrado um índice de satisfação entre as pessoas que nos visitam;, diz. ;O Distrito Federal conquista uma identidade, grandes decisões mundiais agora passam por aqui. A questão da água tem mobilizado várias agências, organismos internacionais, governos e lideranças;, finaliza.

Colaborou Pedro Grigori, especial para o Correio

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