Cidades

Parques são reabertos no DF com segurança feita por policiais militares

A greve dos vigilantes afetou o funcionamento de vários espaços no Distrito Federal. Para garantir áreas de caminhada e diversão à população, a PM monitorará os locais que terão atividades nos fins de semana

Lucas Vidigal - Especial para o Correio, Renata Rusky
postado em 04/03/2018 09:08

Na manhã de ontem, 12 parques que estavam fechados por causa da paralisação dos vigilantes foram reabertos apenas para o fim de semana. Sessenta continuaram sem funcionamento, além do Jardim Botânico e do Zoológico. O Instituto Brasil Ambiental (Ibram), que administra os parques, explicou que foi obrigado a interromper as atividades, pois não conseguiria garantir a segurança patrimonial nem acompanhar a conduta dos usuários para que cumprissem as regras dos espaços. Hoje, os 12 parques que serão reativados terão segurança garantida pelo Comando Geral da Polícia Militar do DF (PMDF), a pedido do Ibram.

Quem resolveu ir ao zoológico, como Robson, se frustrou ao encontrar portões fechados


Além disso, 50 agentes do instituto, sob a coordenação do presidente, Aldo Fernandes, farão a vistoria das áreas para garantir a ordem. ;É um esforço para não suprimir o direito das pessoas ao lazer e minimizar os efeitos da paralisação;, afirmou a assessoria do Ibram. O fechamento do Jardim Zoológico frustrou os planos de Robson Queiroz, 39 anos. O funcionário público veio de Campo Grande (MS) para Brasília a fim de passar o fim de semana com a família. O zoo seria parada obrigatória para entreter Benjamin, 2 anos, e Manoela, 4. ;Estamos muito decepcionados. A gente se programa, cria expectativas e vê o local fechado. Esse tipo de situação precisa ser prevista;, reclama o sul-mato-grossense.

Cristiano e Maria Luísa brincaram no Parque Olhos d'água

Cristiano de Santana, 44, professor, levou a filha, Maria Luísa, ao Parque Olhos d;Água na manhã de ontem para passear e brincar. Morador do Lago Norte, ele admite que arriscou. ;Eu não sabia se estaria aberto. Achei que não, mas resolvi tentar;, conta. Deu sorte. Se não, iria ao Parque da Cidade, mas, para ele, o Olhos d;Água é muito melhor. ;É um local arborizado, com trecho longo de sombra.; Mesmo não morando nas redondezas, ele frequenta o parque com a filha pelo menos duas vezes por semana. A abertura garantiu que Deborah Penacchio, 63, bibliotecária aposentada, aproveitasse o lugar de que mais gosta em Brasília ontem de manhã. O marido, Márcio Cassar, 69, aposentado, prefere o Parque da Cidade. Ela gosta do terreno com subidas e descidas. Ele prefere o plano.

Deborah e Márcio passearem no Parque Olhos d'Água ontem


;Eu acho aconchegante. Meus netos também adoram;, diz Deborah. Márcio resume: ;Aqui é para relaxar. Lá, para fazer exercícios;. Deborah lamenta que o lago não tenha sido reativado e que haja descuidos, como troncos de árvores caídos, mas também admira o fato de os banheiros estarem sempre limpos, com papel higiênico e sabão líquido. Danillo Silveira, 26, gestor comercial, vai ao Parque do Bosque pelo menos três vezes por semana. A sogra avisou a ele que o espaço estaria fechado no fim de semana, mas o morador do Sudoeste pagou para ver. E estava aberto, mas com pouco movimento, provavelmente porque muitos acharam que estaria fechado. Malhou, passeou e até tomou água de coco. ;É um local de lazer e o fechamento afeta direta ou indiretamente todo mundo;, afirma.

Danillo conseguiu se exercitar no Parque do Bosque

Vendas em baixa

Com os parques fechados, o comércio ao redor dessas áreas sentiu a queda brusca no movimento. Os comerciantes Alessandra Pereira da Silva e Jairo Coutinho Souza, que trabalham perto do Olhos d;Água, se sentiram prejudicados. Segundo Jairo, nos dois dias em que o local ficou fechado, quinta e sexta-feira, eles venderam 100 cocos a menos que o normal. ;O movimento caiu muito. Mesmo no fim de semana, que abriu, a gente perde cliente porque muita gente não sabe que reabriu. Além disso, o parque vai fechar mais cedo, às 18h em vez de às 20h;, analisa Alessandra.

Alessandra e Jairo venderam menos cocos que o normal


Já no Parque do Bosque, a comerciante Maria do Socorro dos Santos não vendeu nem R$ 100. ;Foram dois dias de prejuízo, quinta e sexta-feira. Não tinha ninguém por aqui;, conta. Prejuízo também marcou as atividades no Jardim Zoológico, onde Olívia de Oliveira Silva vende garrafas d;água há 13 anos. Mesmo com o alto fluxo de carros, inclusive de frequentadores desavisados, a vendedora recebeu apenas R$ 50. ;Geralmente, tiro o dobro disso;, lamenta Olívia, que ficou das 8h às 16h no local em busca de clientes.

Negociações

Na última sexta-feira, audiência de conciliação entre o Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Distrito Federal (Sindesv) e o Sindicato de Empresas de Segurança (Sindesp-DF), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT10), terminou sem acordo. De um lado, os vigilantes pedem reajuste de 3,10 % nos salários e de 6,8 % no auxílio-alimentação. Do outro, as empresas oferecem reajuste salarial de 2%, condicionado à suspensão da greve. A paralisação começou na última quinta-feira (1;).

Reativados

Confira os parques que estarão abertos hoje das 7h às 19h
- De Águas Claras
- Ezechias Hering (Guará)
- Saburo Onoyama (Taguatinga)
- Olhos d;Água (Asa Norte) *
- Bosque do Sudoeste
- Dom Bosco, Península Sul e Asa Delta (Lago Sul)
- Sucupira (Planaltina)
- Três Meninas (Samambaia)
- Paranoá
- Jequitibás (em Sobradinho)

*Os portões fecham às 18h, mas os visitantes podem sair até as 19h

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