Bruno Lima - Especial para o Correio
postado em 05/03/2018 06:00
A semana será movimentada no meio político da capital com o lançamento oficial das pré-candidaturas ao GDF do presidente regional do PTB, Alírio Neto, e do presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT). Depois de meses de negociações, o surgimento de nomes dispostos a entrar no páreo turbina as discussões para a formação de chapas e abre a corrida eleitoral. Os anúncios serão feitos pelos presidentes nacionais das siglas.
Na quarta-feira, Roberto Jefferson desembarca em Brasília para apresentar Alírio como o nome do PTB ao Palácio do Buriti. Ele deve ser o único candidato da sigla a disputar o governo no país e, por isso, conta com o aporte financeiro de R$ 5,6 milhões dos cofres da legenda para a campanha. O ex-deputado distrital se distanciou do grupo que articulava a formação de uma frente de centro-direita para enfrentar a candidatura à reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB). ;Sempre me coloquei como pré-candidato. Já estávamos esperando há algum tempo a oportunidade de uma agenda nacional e resolvemos aproveitar que os líderes do partido estarão na cidade;, contou.
O anúncio será feito no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB), com a filiação de políticos ao PTB. Os registros ocorrerão a um mês do prazo final para mudanças de partidos, que é sete de abril.
Na quinta-feira, Joe Valle será oficializado como pré-candidato do PDT ao Executivo local pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi. O distrital subirá no palanque do auditório da sede do partido ao lado de Ciro Gomes, que também confirmará sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto no mesmo evento. O local foi reformado para o momento.
Apesar de ter até o dia 15 de agosto para confirmar as candidaturas, os partidos começaram a definir alianças e a pressionar adversários a entrarem oficialmente na disputa. Os lançamentos, no entanto, não impedem que as negociações avancem para a composição das alianças, de modo que um pré-candidato ao GDF hoje abra mão em nome de uma coligação mais interessante para os grupos.
O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) cogita o Senado, mas diz que mantém a disposição de disputar o comando do Executivo local. O coronel da reserva da Polícia Militar aproveita o debate gerado pela intervenção federal no Rio de Janeiro e pela criação do ministério da Segurança Pública, para inflar sua pré-candidatura com a defesa de leis mais severas. Essa é a posição, aliás, que o qualificou para assumir a função de líder da bancada da bala na Câmara. Fraga acredita que o desempenho do presidenciável Jair Bolsonaro poderá ajudá-lo a se eleger no DF. ;Temos o mesmo discurso. Qual é o político com maior identidade com Bolsonaro no DF? Claro que sou eu;, aposta Fraga.
Mesmo com a pré-candidatura ao GDF nas ruas, Fraga tem conversado com Alírio sobre uma possível aliança. Dessas conversas, tem participado também o ex-vice-governador Paulo Octávio (PP), possível candidato ao Senado ou ao governo, desde que consiga confirmar a condição de elegibilidade na Justiça Eleitoral. ;Alírio sempre disse que poderia ser meu vice;, garante Fraga. ;Estamos bem mais unidos e próximos do que com (Jofran) Frejat;, disse.
Joe também tem conversado com várias frentes. Na sexta-feira, ele não quis comentar o lançamento de sua pré-candidatura anunciada pelo partido. O presidente da Câmara não descarta disputar o Senado ou concorrer como vice. Seria uma oportunidade de se preparar para a campanha de 2022, caso seja eleito agora, com mais tranquilidade para ser o cabeça de chapa. Ele tem dito que aceita integrar outros grupos, desde que possa participar da gestão.
O deputado Izalci Lucas (PSDB) também garante que não vai desistir e ainda está otimista quanto a se manter no partido. ;Não fui para outro partido porque tenho a convicção de que o PSDB terá candidato ao GDF e esse candidato sou eu;.
Na semana passada, Izalci aproveitou a passagem do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em Brasília para entregar um documento assinado por 46 deputados federais do partido com apoio a seu trabalho. O presidenciável tucano tem conversado também com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), sobre possível aliança dos partidos em Brasília.
Izalci, no entanto, aposta que a conjuntura nacional pode ajudar seu projeto. Se o PSB decidir não apoiar Alckmin, o que é bem possível, o PSDB poderá retaliar os socialistas nos estados, com candidaturas próprias, acredita o deputado. Mas Izalci tem um mês, até o fim do prazo das filiações, para tomar uma decisão. A definição do PSDB e do PSB em âmbito nacional, no entanto, pode ficar para agosto.