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Policial brasiliense é executado durante emboscada em Ponta Porã/MS

Wescley Vasconcelos era lotado na cidade de Ponta Porã e voltava para casa, após o trabalho, quando criminosos da região o abordaram com fuzil e atiraram aproximadamente 30 vezes contra ele. A suspeita é de retaliação por investigações que o policial fez na região

Isa Stacciarini, Gabriela Vinhal, Deborah Novais - Especial para o Correio, Adriana Bernardes
postado em 08/03/2018 11:08

O velório de Wescley teve início às 10h desta quinta-feira (8/3), no Cemitério Campo da Esperança

Um policial civil nascido em Brasília foi executado na última terça-feira (6/3) em Ponta Porã/MS, a 300 km de Campo Grande, com cerca de 30 tiros de fuzil. Segundo informações prelimiares, Wescley Vasconcelos estava em um carro oficial descaracterizado quando um outro veículo se aproximou e os ocupantes atiraram. O corpo está sendo velado no Cemitério Campo da Esperança desde às 10h desta quinta-feira (8/3) e será enterrado às 14h.

Policiais civis acreditam que a forma com que Wescley foi assassinado, com tiros de fuzil, reforça uma possível retaliação ao trabalho que o investigador executava. Ele era da Seção de Investigação da Delegacia de Mato Grosso do Sul. Segundo o delegado Rodrigo Bonachi, que atuou durante quatro anos e três meses como chefe da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) do Distrito Federal, o policial sempre auxiliou em operações na cidade coordenadas pela Polícia Civil do DF. "Era um excelente profissional, uma pessoa muito experiente. Minha equipe já esteve várias vezes na região de Ponta Porã realizando diligências e ele sempre se mostrou proativo e solícito a todas as demandas", reforçou.

Segundo ele, a cidade é uma área de tráfico internacional de drogas por onde entra grande volume de entorpecentes no Brasil. O delegado ainda reforçou que o crime organizado tem se instalado na região. "É uma cidade separada pelo Paraguai por apenas uma avenida e onde o PCC (Primeiro Comando da Capital) tem tentando dominar e tomar o comando. Inclusive, no ano passado houve um assassinato de um traficante por um integrante do crime organizado", explicou Rodrigo.

No momento do crime, Wescley estava acompanhado de uma estagiária que, de acordo com o Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS) não corre risco de morte.

Investigação

Na tarde desta quinta-feira (8), foram localizados no Paraguai e presos seis membros do Primeiro Comando da Capital , mais conhecido como "PCC". Cinco deles, que já tinham mandado de prisão, foram transportados para a cidade de Ponta Porã.

Segundo o delegado Lucas Soares, títular da 1; delegacia em Ponta Porã, que está ajudando no caso, foi aberta uma investigação para saber se eles têm ou não alguma relação com a morte de Wescley.

Leia na íntegra a nota do Sinpol/MS

É com profundo pesar que o Sinpol-MS informa o falecimento do investigador Wescley Vasconcelos, ocorrido nesta terça-feira (06) em Ponta Porã. Ele foi covardemente assassinado com disparos de fuzis enquanto dirigia uma viatura descaracterizada. A jovem estagiária da delegacia que estava com ele não corre risco de morte. O assassinato de um policial civil é uma afronta ao próprio Estado. É preciso elucidar rapidamente o crime e punir os criminosos com o rigor da lei.

Equipes dos Garras (Del. Esp. De Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros); Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios, GOI (Grupo de Operações e Investigações) e Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira), estão a caminho da cidade para colaborar na investigação. Duas equipes do Sinpol-MS estão a caminho de Ponta Porã para dar suporte à família e aos colegas policiais civis.

Confira homenagem a Wescley

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