Cidades

Sem vigilantes, unidades de saúde do DF viram alvo de bandidos

Diversas ocorrências foram registradas em Ceilândia, Samambaia, Brazlândia e Riacho Fundo II entre a quinta e a madrugada de sexta-feira. Não há previsão para fim da greve dos vigilantes

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 09/03/2018 12:40
A greve dos vigilantes começou em 28 de fevereiro e não há previsão para que seja encerrada
Com a greve dos vigilantes, as unidades de saúde do Distrito Federal viraram alvo de bandidos. Diversos casos de furto e depredação ocorreram entre a quinta-feira (8/3) e a madrugada desta sexta-feira (9/3). Os crimes aconteceram em Ceilândia, Samambaia, Brazlândia e Riacho Fundo II. A Polícia Civil faz as investigações.
No Riacho Fundo II, bandidos entraram no Centro de Saúde 4 e arrombaram um caixa eletrônico do Banco de Brasília (BRB). O crime aconteceu nas primeiras horas da sexta-feira (9/3), enquanto o local estava sem monitoramento. A Polícia Militar foi acionada, mas até a útlima atualização desta matéria ninguém havia sido preso. Não foi informado quanto os bandidos levaram.
No Hospital Regional de Brazlândia (HRB), um paciente de 41 anos teve um aparente surto e, mesmo depois de contido, conseguiu quebrar uma janela e fugir da unidade de saúde, que também estava com deficit de segurança. O incidente aconteceu por volta das 23h de quinta-feira. A 18; Delegacia de Polícia (Brazlândia) investiga o caso.
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No estacionamento privativo do Centro de Saúde 4, de Samambaia, bandidos invadiram o local e furtaram a roda de um carro, modelo Hyundai HB20. Os suspeitos levaram o pneu traseiro, sem que ninguém notasse. No momento do crime, por volta de 18h de quinta-feira, chovia na região. A unidade não tem sistema de monitoramento de câmeras e, como o motorista inseriu o step no veículo, a cena do crime não foi preservada, dificultando a apuração policial. A 32; Delegacia de Polícia (Samambaia) investiga o caso.

Dois homens invadiram a UPA de Ceilândia, quebraram equipamentos e agrediram funcionáriosNa Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Ceilândia, dois homens invadiram o local e quebraram diversos itens, além de agredir funcionários e danificar uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Tudo começou quando eles, por volta de 21h de quinta, estacionaram em uma vaga destinada a ambulância. Um socorrista do Samu pediu para que eles tirassem o carro do local, mas os homens se exaltaram e começaram a chutar a ambulância e a agredir o funcionário e um colega.
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Pouco tempo depois, a dupla entrou na unidade de saúde, em um local de acesso restrito a funcionários e pacientes autorizados. Ali, eles quebraram diversos computadores, vidros e aparelhos de telefone. Acionada, a Polícia Militar conseguiu deter a dupla e levá-la à 24; Delegacia de Polícia (Setor O). A amblância foi encaminhada ao Instituto de Criminalística para perícia. Os autores ficaram detidos no cárcere da Polícia Civil e serão conduzidos à Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), onde ficarão à disposição da Justiça.

A greve

Há nove dias, os vigilantes decretaram greve no Distrito Federal. A categoria reivindica reajuste de 3,10% no salário e aumento de 6,8% no auxílio-alimentação, além de manutenção das cláusulas sociais, como seguro de vida e plano de saúde. De acordo com os vigilantes, a paralisação só será encerrada caso as empresas aceitem a proposta sem punir os que aderiram à paralisação. Com o serviço parado, bancos, parques e hospitais sofrem alteração de funcionamento.
Em entrevista ao Correio, o diretor de imprensa e comunicação do Sindicato dos Vigilantes (Sindesv) informa que não há previsão para encerrar o movimento. "Ainda não chegamos a nenhum acordo. Temos uma reunião marcada com o BRB e outra com o Banco do Brasil. Mas manteremos a decisão", garante.
Para manter a segurança dos pacientes, a Secretaria de Saúde suspendeu as visitas aos pacientes internados nos hospitais de Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Região Leste (antigo Paranoá), Sobradinho, Planaltina, Asa Norte, Santa Maria e o Hospital de Base.
Com o apoio da Polícia Militar, alguns parques vinculados ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) estão funcionando. No caso do Jardim Botânico, que tem programação especial para a semana por conta do aniversário de 33 anos do local, o funcionamento será normal, das 9h às 17h.

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