Cidades

Oficiais de justiça do DF manifestam por melhores condições de trabalho

Cerca de 100 funcionários fazem manifestação na frente do TJDFT para pedir uma mesa de negociação

Bruno Santa Rita*
postado em 16/03/2018 17:00
Manifestação dos oficiais de justiça em frente ao TJDFT
Oficiais de justiça protestaram por melhores condições de trabalho, na tarde desta sexta-feira (16/3), em frente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). As reivindicações incluem o excesso de mandados para cada funcionário, a defasagem de servidores no setor e uma atualização da indenização de transporte para trabalhos em campo. A manifestação contou com cerca de 100 grevistas. Os oficiais estão parados desde 1; de março e pretendem continuar o movimento até que se resolvam as demandas solicitadas.

Segundo o presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Distrito Federal (AOJUS-DF) e também presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do DF (Sindojus-DF), Gerardo Lima, eles pedem "apenas melhores condições de trabalho". Ele explica que, como a jornada do oficial de justiça não é delimitada, muitas vezes, com o excesso de mandados, eles acabam por trabalhar mais horas do que as previstas. "Eles têm que respeitar as condições de saúde e trabalho", protesta.

Lima critica que o tribunal ainda não consolidou uma mesa de negociação com os grevistas e pede para que o tribunal cumpra a Lei de Greve. "Queremos constituir uma negociação para as reivindicações. Estamos aqui disponíveis para isso e vamos esperar até que conversem conosco e resolvam os nossos problemas", comenta.

O vice-presidente da AOJUS-DF, Ivan Rodrigues, aproveitou para fortalecer as palavras de Gerardo Lima. "Nós pedimos que limitem nossa jornada de trabalho, que contratem mais pessoas e que atualizem a indenização de transporte para trabalharmos na rua. Muita coisa mudou desde a última atualização. A gasolina está mais cara, por exemplo", reclama.

Segundo Rodrigues, são cerca de 60 vagas de oficiais de justiça esperando para serem ocupadas e outras 60 pessoas próximas de se aposentarem. Para ele, a nomeação de quem está na lista de espera é urgente. ;Isso está prejudicando a nossa saúde. As demandas são muitas para cada um;, comenta.

O oficial de justiça Frederico Ferraz, 43 anos, participou da manifestação e explicou que se sente sobrecarregado. "Quando eu entrei, em 2000, eu tinha mais ou menos 70 mandados para cumprir por mês. Hoje, eu beiro os 120", exemplifica, lembrando que o número de mandados varia em cada setor.
O oficial de justiça Frederico Ferraz

* Estagiário sob supervisão

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