Cidades

Quadrilha de irmãos usava transporte por aplicativo para vender cocaína

Grupo foi preso na quarta-feira, em Vicente Pires, onde morava. Os suspeitos vendiam uma droga pura, por isso cara, para a classe média alta do Plano Piloto e de Águas Claras

Philipe Santos*, Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 22/03/2018 14:27
Drogas, arma e dinheiro apreendidos na operação
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) revelou, nesta quinta-feira (22/3), o resultado de uma Operação Negócio de Família, que prendeu quatro traficantes de Vicente Pires, três deles irmãos, que forneciam drogas para a classe média alta de Brasília. Também foram apreendidos cerca de R$ 30 mil, armas e cinco carros, sendo dois de luxo. Um comprador também foi preso, flagrado no momento em que adquiria o produto ilícito.

A investigação constatou que o grupo atuava havia pelo menos dois anos e era composto por três irmãos, dois homens e uma mulher, e o marido dela. Segundo o delegado da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Sampaio, o grupo só trabalhava com cocaína. "Eles vendiam a droga somente para pessoas de elite, de classe média alta. Por ser um produto sem mistura, com 99% de pureza, só pessoas com poder de aquisição podiam comprar", afirmou. Os compradores eram, principalmente, moradores de áreas nobres do DF, especialmente de Águas Claras e do Plano Piloto.
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De acordo com o delegado, a quadrilha comprava o quilo da droga em regiões de fronteira por R$ 25 mil e revendia cada 5g por R$ 200, o que rendia um lucro de R$ 65 mil por quilo. Com isso, eles viviam em um padrão de vida "em ascensão", segundo Sampaio.

A investigação aponta, ainda, que o grupo utilizava uma kitnet em Águas Claras para guardar a droga. Suspeitando das investigações da polícia, no entanto, o bando alugou, ainda de acordo com o delegado, um quarto em hotel de luxo de Águas Claras para armazenar o entorpecente. Os 3,5kg confiscados na operação foram achados nesse hotel e na casa onde os dois irmãos homens moravam, em Vicente Pires.
Quatro dos cinco carros apreendidos. O outro, de luxo, estava na oficina na hora da apreensão

Motorista de aplicativo

Um dos traficantes é motorista de aplicativo e vendia a droga enquanto trabalhava. "Isso proporcionava a condição de conversar com pessoas, oferecer, distribuir e desfilar pela cidade de uma forma discreta e eficiente. Entregando e fazendo as cobranças", diz o delegado.

A investigação da operação batizada de Negócio de Família durou seis meses e foi uma desafio para a polícia devido à "sostificação do grupo e por ser para pessoas eletizidas". A organização criminosa movimentava cerca de R$ 100 mil por mês. O comprador preso é morador de Formosa (GO) e foi pego em flagarte com 0,5kg da droga.

Tráfico em Brasília

Em 6 de fevereiro deste ano, a Polícia Civil prendeu outro grupo de traficantes. A Operação Delivery mirou uma associação criminosa que fornecia, principalmente, cocaína em órgãos da administração pública, na Esplanada dos Ministérios. No total, os investigadores detiveram 23 acusados.
Os criminosos tinham um serviço de tele-entrega com cerca de 50 clientes fixos. Eles telefonavam ou trocavam mensagens por celular com os traficantes, que entregavam a droga em frente aos edifícios.
*Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende

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