Cidades

Quais são as acusações contra os suspeitos de desviar dinheiro da Igreja

A Justiça goiana acatou a denúncia do Ministério Público na manhã desta sexta-feira (23/3). Maioria dos acusados responderá presa às acusações

Luiz Calcagno
postado em 23/03/2018 15:02
Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição de Formosa: escândalo veio à tona após denúncias de fiéis e padres
Ao todo, 10 pessoas responderão na Justiça pelo esquema de desvio e lavagem de dinheiro da Diocese de Formosa e de paróquias adjacentes. A Justiça goiana acatou a denúncia do Ministério Público na manhã desta sexta-feira (23/3), quatro dias após a prisão dos suspeitos, que aconteceu na segunda (19/3). O escândalo veio à tona após fiéis, com ajuda de padres, denunciarem a falta de transparência nas contas dos templos. Estima-se que o rombo nos cofres, desde 2015, tenha sido de R$ 2 milhões.


Saiba quais acusações pesam sobre cada um dos supeitos:

Bispo dom José Ronaldo Ribeiro
Apontado como líder do esquema, o bispo do município goiano, dom José Ronaldo Ribeiro, que, até então, respondia pela Igreja Católica Apostólica Romana em 20 municípios e 33 paróquias está preso. Ele responderá por 10 acusações de apropriação indébita qualificada, pelo fato de estar no exercício do ofício enquanto cometia os crimes; por falsidade ideológica; e por associação criminosa (antiga formação de quadrilha).
Vigário-geral Epitácio Cardozo Pereira
O vigário-geral Epitácio Cardozo Pereira, imediato administrativo do bispo, também responderá por apropriação indébita qualificada (o número de vezes que teria cometido o crime ainda não está tipificado) e associação criminosa. Na casa dele, a Polícia Civil de Goiás apreendeu mais de R$ 70 mil em dinheiro, relógios de luxo e equipamentos eletrônicos em um fundo falso no guarda roupas.
Padre Moacyr Santana
O pároco da Catedral Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padre Moacyr Santana, também preso, responderá por apropriação indébita qualificada pelo fato de cometer crime no exercício do ofício, por lavagem de dinheiro e por associação criminosa. O MPGO encontrou o nome do sacerdote em notas promissórias que o ligam a uma casa lotérica no município goiano de Posse.

Padre Mário Vieira de Brito
O pároco da Paróquia São José Operário, em Formosa, preso, responderá por apropriação indébita com a mesma qualificadora dos anteriores, também por diversas vezes, além de ser acusado de falsidade ideológica e associação para o crime. Ele foi flagrado em escutas telefônicas comemorando, com Moacyr, a chegada de um padre que é juiz eclesiástico, para intimidar sacerdotes contrários ao esquema.
Padre Waldson José de Melo
De Posse (GO), o padre Waldson José de Melo, preso, responderá duas vezes por apropriação indébita qualificada, além de associação criminosa.

Juiz eclesiástico Thiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior
Ele responderá por falsidade ideológica e associação para o crime. O promotor do MPGO Douglas Chegury ainda investiga se o juiz eclesiástico recebeu dinheiro para intimidar os padres e participar da falsificação de um documento que apresentava auditoria nas contas da diocese.

Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto
Também presos, os empresários respondem por lavagem de dinheiro.

Secretário da Cúria de Formosa, Guilherme Frederico Magalhães
Ele responderá em liberdade. Magalhães é acusado de apropriação indébita qualificada e associação criminosa.
Darcivan da Conceição Sarracena
Funcionário da contabilidade da diocese, Sarracena responderá, também em liberdade, por falsidade ideológica e associação criminosa.
Advogado da diocese, Edimundo da Silva Borges Júnior

É outro que responderá em liberdade. Pesam contra ele as acusações de falsidade ideológica e associação criminosa.

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