Flávia Maia
postado em 26/03/2018 19:02
A defesa de seis dos oito presos na operação que desarticulou um esquema milionário envolvendo dízimo de fiéis de igrejas do Entorno entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Goiás nesta segunda-feira (26/3). De acordo com o advogado Bruno Jorge Opa Mota, a ideia é que o recurso seja julgado antes do recesso da Semana Santa, que começa na próxima quarta-feira.
Estão requerendo a liberdade o Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, os padres Moacyr Santana, Mário Vieira de Brito, Waldson José de Melo e os empresários Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira. O bispo José Ronaldo Ribeiro e o padre Thiago Wenceslau ainda não entraram com o recurso.
A operação Caifás foi deflagrada na segunda-feira da semana passada, com prisão temporária dos envolvidos. Na sexta-feira, o Ministério Público de Goiás pediu a alteração da prisão de temporária para preventiva. A primeira só é válida por cinco dias e a segunda tem prazo indeterminado. O MPGO argumentou que a manutenção das prisões era necessária pelo risco de fuga e de destruição de provas. Apenas o secretário da Cúria de Formosa, Guilherme Frederico Magalhães, foi solto por estar colaborando com as investigações.
Entenda o caso
O bispo dom José Ronaldo Ribeiro, quatro padres e o vigário-geral de Formosa deram um prejuízo superior a R$ 2 milhões aos cofres da Igreja Católica em Formosa (GO), segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO). Dinheiro era desviado de dízimos, doações, taxas de celebrações e usado na compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica, entre outros bens, de acordo com as denúncias de fiéis e de padres que não faziam parte do esquema.
Policiais civis e militares prenderam o bispo, cinco padres, dois empresários e um funcionário da Cúria, na última segunda-feira, durante a Operação Caifás. Na casa de um monsenhor, apreenderam dinheiro escondido no fundo falso do guarda-roupa, além de dezenas de relógios e aparelhos eletrônicos e importados.
As investigações começaram em 2015. No ano passado, fiéis denunciaram ao MPGO que as despesas da casa episcopal de Formosa, onde o bispo mora, passaram de R$ 5 mil para R$ 35 mil. Todos negam o envolvimento no caso. Na sexta-feira, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva, que não tem prazo.