postado em 02/04/2018 22:45
Um agente penitenciário do presídio de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal, foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão por torturar um preso em 2010. Kallil Araújo da Silva é acusado de pisotear o encarcerado Jerônimo Junior, com 20 anos à época, e dar vários tapas no rosto dele até que a vítima desmaiasse. Depois disso, o acordou com um banho de água fria e o asfixiou com um saco plástico e com um golpe no pescoço. Toda a ação foi filmada pelo celular do próprio agente penitenciário.
[SAIBAMAIS]A sentença foi dada pelo juiz José Augusto de Melo Silva, titular da Vara de Comarca. Kallil afirmou em juízo que tudo se tratava de uma encenação para proteger a vida da vítima, que estava sendo ameaçada dentro do presídio pelos demais detentos por ser um informante. Ele declarou que Jerônimo lhe passava informações e que tinha contado como aparelhos celulares estavam entrando dentro da prisão. As imagens teriam sido gravadas para fingir um castigo ao delator.
A vítima negou a versão do agente penitenciário, e informou que a agressão teria ocorrido porque ele não pagou o que estava devendo a Kallil, que lhe vendeu um celular. Outras nove testemunhas confirmaram a denúncia de tortura. Na decisão, ficou concluído que o agente penitenciário submeteu Jerônimo Junior a ;intenso sofrimento físico e mental, como forma de aplicar castigo pessoal e medida de caráter preventivo;.
Segundo a denúncia, o agente tirou a vítima da cela e o levou até a sala de administração do presídio, onde ocorreram as agressões. Durante a sessão de espancamentos, Jerônimo teria desmaiado três vezes.
À época das agressões, Jerônimo Junior cumpria pena de 14 anos por homicídio. O juiz destacou que, mesmo diante do comportamento da vítima, não se justifica a natureza dos atos praticados pelo autor. "Não se deve esquecer que, ao ser enclausurado para o cumprimento da pena, ainda mantém o direito à dignidade;.
Até a última atualização desta matéria, a reportagem ainda não havia conseguido entrar em contato com o advogado de defesa de Kallil.