Flávia Maia
postado em 06/04/2018 18:30
O canal do Rodeador vai ser revitalizado com o objetivo de diminuir 45% das perdas de água. Ele é um dos principais fornecedores do recurso para propriedades rurais próximas ao lago do Descoberto e foi o primeiro a sofrer as restrições na outorga por causa da crise hídrica no Distrito Federal. A proposta apresentada pelo governo na última quinta-feira (5/4) prevê obras de tubulação no intuito de diminuir as perdas com a evaporação e infiltração da água, além disso, o plano pretede otimizar o uso com a adequação da outorga de captação e a garantia de água e produção o ano inteiro nas propriedades rurais.
O ribeirão Rodeador é o principal afluente do Lago Descoberto, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 65% da população do DF. O canal foi construído entre 1966 e 1973 e fica localizado na região de Alexandre Gusmão, em Brazlândia. Atende 96 propriedades rurais, contudo, a revitalização vai ampliar o acesso a água para 102 propriedades que se dedicam à produção de hortaliças.
De acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), a urbanização e as mudanças climáticas têm comprometido a quantidade e qualidade da água, repercutindo nas propriedades rurais. Estudos iniciados em 2015 recomendaram a substituição do canal aberto em chão batido de transporte da água bruta por canal fechado em tubulação enterrada, em uma extensão de aproximadamente 30 km, incluindo os ramais secundários.
O sistema de distribuição vai atender todas as propriedades por onde passa o canal , com vazão mínima de 2,5 litros por segundo e a máxima de 3,5 L/s, com possibilidade de controle em cada ponto de entrega. Atualmente o sistema não tem controle de retiradas individuais.
Com esta intervenção, o desperdício de água será praticamente nulo e a Adasa poderá diminuir a vazão outorgada atual de 480 L/s para 260 L/s. O restante ajudará no abastecimento do Lago Descoberto.
A obra está orçada em R$ 32 milhões e o recurso está previsto no Programa Brasil Capital das Águas, em lei aprovada em outubro de 2017 pela Câmara Legislativa do DF, que autorizou o Governo do Distrito Federal a contrair empréstimo de 41 milhões de dólares (aproximadamente 135 milhões de reais) para combater a crise hídrica.
Com informações da Adasa