postado em 12/04/2018 23:22
Em um julgamento com 15 horas de duração, o Tribunal do Júri de Brazlândia condenou o delegado aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Waldecy Camêlo pelo homicídio de um jovem de 17 anos e sequestro de três pessoas, entre eles, dois adolescentes. Além dos crimes, o ex-policial foi acusado de corromper menores. A sessão, que estava prevista para 31 de janeiro, ocorreu somente nesta quarta-feira (18/4). O tribunal considerou o ex-delegado culpado e o condenou a nove anos de reclusão em regime inicial fechado.
A alegação do ex-chefe da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) é que ele teria agido para vingar a morte do filho de 24 anos, Wesley Oliveira Camêlo. Em 16 de dezembro de 2009, Waldecy e outras duas pessoas, uma delas com menos de 18 anos à época, foram a Taguatinga Sul e compeliram dois menores a entrarem no carro em que os três estavam. Os cinco seguiram para uma estrada de terra à margem da DF-180, onde Waldecy efetuou disparos contra uma das vítimas, que morreu na hora. A outra conseguiu fugir, apesar dos ferimentos.
No mesmo dia, Waldecy e o adolescente com quem estava durante o primeiro sequestro voltaram a Taguatinga Sul e obrigaram duas outras pessoas a entrar no veículo que o delegado dirigia. As vítimas eram um homem de 30 anos e um jovem menor de idade. Os dois foram algemados e, ao chegarem a uma estrada de terra, próxima à DF-001, ambos conseguiram fugir. O adolescente comparsa do ex-policial disparou, mas ninguém foi atingido.
De acordo com o delegado Pedro Luis de Moraes, à frente das investigações à época do crime, a participação de Waldecy ficou comprovada pelo depoimento de uma testemunha que afirmou estar com o policial no momento em que ele matou o adolescente e feriu o amigo da vítima.