Cidades

Operação Paiol: preso homem que repassava armas para menores

Francisco Macedônio de Oliveira Gomes era o principal comprador no esquema de tráfico comandado, segundo a polícia, por militares

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 16/04/2018 23:17
Durante a segunda fase da Operação Paiol foram apreendidas 16 armas e mais de 10 mil munições
O último alvo da segunda fase da Operação Paiol foi preso na tarde desta segunda-feira (16/4). Francisco Macedônio de Oliveira Gomes, 43 anos, é acusado de participar do esquema de tráfico de armas comandado por militares. De acordo com as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Francisco comprava as armas e fazia o repasse a menores infratores.

Segundo delegado-chefe de 23; Delegacia de Polícia (Ceilândia), Victor Dan, responsável pela investigação, o homem compareceu à delegacia para obter informações sobre a operação, sem saber que ele era o último alvo da segunda fase, procurado pela polícia. "Ele era um dos principais clientes, pois repassava as armas e munições para menores cometerem roubos em todo o DF. Em seguida, ficava com parte dos produtos dos roubos", detalhou. Francisco tem 18 passagens pela polícia em crimes como furto, receptação e roubos.

A operação tem como objetivo desmantelar uma quadrilha formada por militares que forneciam armas a criminosos do Distrito Federal. Na quinta-feira passada (12/4), foi deflagrada a segunda fase da ação, que totalizou 36 mandados: dois de prisão preventiva, quatro de prisões temporárias, 18 de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva. O policial militar da reserva Décio Antônio Gonçalves e o militar da aeronáutica Thiago Ângelo Machado foram presos.

O delegado explicou que Décio e Pedro Henrique Faria ; presos na primeira fase ; mantinham negócios. "Pedro mantinha o abastecimento de munições por meio de Décio, que vendia os projéteis", afirma. Cada munição saía por cerca de R$ 12. Na casa do PM da reserva foram apreendidas 16 armas de calibres 38, 765 e 45 e mais de 10 mil projéteis.

Uma terceira fase ainda deve investigar a procedência das armas. As hipóteses são de desvio de materiais da própria corporação ou contrabando, já que Pedro viajou para o Paraguai nos últimos meses, onde pode ter adquirido os produtos.

Se condenados, os suspeitos responderão por lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, tráfico de armas restritivas e não restritivas, corrupção de menores, associação criminosa e por crimes contra o patrimônio.

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