Cidades

Manifestantes se reúnem em frente à Codhab para cobrar construção de casas

O grupo pede uma reunião com o governo para pedir a destinação de lotes no Recanto das Emas para a construção de moradia para famílias da cidade

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 18/04/2018 10:58

Manifestantes do Movimento Moradia, que reúne associações e cooperativas participantes do programa Habita Brasília, estão reunidos desde o início da manhã desta quarta-feira (18/4), em frente a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab-DF), no Setor Comercial Sul. Os participantes pedem o cumprimento da Lei 3877/2006, que designa lotes para a construção de casas e apartamentos para famílias em situação de vulnerabilidade.

Uma das organizadoras do movimento Vânia Coelho, explica que os manifestantes estarão em frente a Codhab até o atendimento do governo. "O que pedimos é o cumprimento dos 40% dos lotes previsto em Lei para as associações e cooperativas. Todas as famílias que estão conosco vivem em dificuldade, são pessoas que precisam dessa ajuda", esclarece.

Por meio de nota, a assessoria da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) informa que as áreas reservadas, nas Quadras 206/300 e 400, tiveram o projeto urbanístico aprovado. Contudo, a região ainda passa por fase de obtenção da licença ambiental e contratação das obras de infraestrutura.

A Pasta ainda frisou que "os lotes serão disponibilizadas para a Codhab, que irá pré-selecionar, seguindo a legislação vigente, os candidatos à compra dos imóveis, que serão vendidos a preços pela Terracap".

[VIDEO1]

Vulnerabilidade

De acordo com a organização, a maioria das famílias são formadas por mulheres que cuidam sozinhas de três ou mais filhos. Essas pessoas vivem de aluguel ou de favor na casa de familiares. "Com a construção dessas moradias, essas pessoas terão um custo a menos, que poderá ser investido na educação e saúde dos filhos", afirma Vânia.

Movimento que manifesta em frente à Codhab também ocupada quadras no Recanto das Emas desde 13 de março

Mais de 400 pessoas estão acampadas entre as Quadras 206 e 300 do Recanto das Emas ; cidade onde as famílias moram ;, próximo ao Fórum da região, desde 13 de março.

Monique Ventura Monteiro, sonha em ter a casa própria para morar com o marido e os quatro filhos do casal

A desempregada Monique Ventura Monteiro de Campos, 23 anos, não conseguiu pagar o aluguel e, por isso, acabou despejada de onde morava, no Recanto das Emas. Ela, o marido Gilvanês Pereira de Araújo, 39 anos, que é serralheiro autônomo, e os filhos Evelin, 5, Erike, 4, e as gêmeas Emily e Emanuele de seis meses, tiveram de se mudar para a casa da mãe de Monique, que tem cinco cômodos.

"Minha mãe vive com minha tia, mas como não tínhamos para onde ir, tivemos de ir para lá. Só que passamos muita dificuldade, porque eu não posso trabalhar por conta das nenéns, e o meu marido não tem emprego de carteira assinada. Então a gente às vezes tem que pedir cesta de doação ou algo assim. Meu sonho é ter minha casa própria, para assim, não termos de nos preocupar com uma despesa pesada que é o aluguel", explica.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação