Cidades

Polícia Civil prende cinco pessoas na Operação Killers, em Ceilândia

Segundo a Polícia Civil os acusados teriam cometido assassinatos entre os anos de 2013 e 2016, em Ceilândia. Os crimes não têm ligação

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 21/04/2018 00:04
Cinco pessoas foram presas preventivamente, nesta sexta-feira (20/4) pela Coordenação de Repressão a Homicídio e de Proteção a Pessoa (CHPP). Todas foram alvo da Operação Killers, deflagrada em Ceilândia. Os acusados estariam envolvidos em três crimes diferentes, ocorridos entre os anos de 2013 e 2016. Um dos suspeitos já estava preso por tráfico de drogas e, agora, será indiciado, assim como os demais, por homicídio qualificado, por motivo torpe e em razão do meio empregado ter dificultado a defesa das vítimas. As penas são de 12 a 30 anos.

Três dos suspeitos estão envolvidos no assassinato de Júlio Heleno de Sousa, em março de 2013, na área do Setor O, em Ceilândia. Os envolvidos são Marcos Lourenço Alves da Silva, 37 anos, Jean da Silva Pereira, 31, e Paulo Henrique Costa Silva, 29. A motivação para o crime seria uma dívida pela venda de um carro.

De acordo com o delegado-chefe da CHPP, André Luiz Fonseca Sala, o assassinato ocorreu após uma festa de som automotivo. "Marcos e Júlio tinham essa desavença por conta da troca de veículo. A vítima teria pagado um valor menor do que o combinado. Paulo teria vendido a arma e o acompanhado na ação, juntamente com o Jean. O trio passou de carro e se emparelhou com o veículo de Júlio, disparando contra a vítima logo em seguida", esclareceu.

O delegado ainda esclareceu que Paulo seria um fornecedor de armas na região. Ele tem passagem por tráfico e porte de arma de fogo, assim como Marcos. A dupla acabou presa em casa, em Ceilândia. Jean tem passagem por porte de arma de fogo e foi encontrado em Samambaia, onde reside. O artefato usado para o crime, um revólver .40, estava com a investigação dois meses após o assassinato.

O segundo caso ocorreu em abril de 2013, no Por do Sol, em Ceilândia. Na época, Eurisvan Bispo da Cruz, 33, matou Washington Desidério Carneiro após uma briga de bar. O acusado estava bebendo no local, quando a vítima chegou acompanhada de um amigo.

Segundo informações da PCDF, o autor tem passagem por homicídio tentado contra um policial militar e um homicídio consumado. "Por conta do histórico de vida, Eurisvan andava armado. Na ocasião, ele achou que as vítimas tinham ido atrás dele para um acerto de contas. Então, ele incitou a dupla e iniciou uma briga. Washington sacou a arma e deixou o local, com o amigo", explicou.

Após a discussão, Eurisvan perseguiu a dupla pela redondeza do estabelecimento e matou Washington. O amigo que estava com ele conseguiu fugir e não foi localizado pela investigação para prestar depoimento. As armas, tanto a usada pela vítima, quanto a do autor, não foram encontradas.

André Sala apontou o dono do bar, Berlamino Alves Pinto, 58, como comparsa de Eurisvan ; ele não tem passagem. "Ele teria alterado a cena do crime para interferir nas investigações. Por exemplo, encontramos a moto do autor ao lado do corpo da vítima. O veículo estava sujo com borra de café, para encobrir o sangue. Depoimentos de testemunhas indicam que Berlamino seria o responsável por adulterar as provas", afirmou.

O terceiro crime ocorreu no Condomínio Privê, abaixo do Setor O, em Ceilândia, em novembro de 2016. O suspeito é Jorge Matheus Silva Pereira, que já está preso por tráfico de drogas. Agora, também será indiciado pelo homicídio de Fredson Laurindo da Silva Alves. A motivação desse crime seria por desavenças de tráfico de drogas. A vítima é apontada como cliente de Jorge e, na época, estaria devendo o autor.

"O assassinato não deu nenhuma chance à vítima, pois ocorreu a queima-roupa (quando há grande proximidade)", concluiu o delegado André Luiz Sala.

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