Cidades

Instalação artística celebra cultura, história e pontos turísticos

Em cartaz até 30 de abril, instalação artística convida visitantes a admirarem a cultura, os pontos turísticos e a história da capital aniversariante

Murilo Fagundes*
postado em 21/04/2018 07:00
Não há como negar: a capital federal é diferente. Seja pelo conhecido traço do arquiteto, seja pelas largas avenidas ou seja por ser um museu a céu aberto. Nesse sentido, por meio dos olhares atentos de renomados artistas do Distrito Federal, a exposição Eu tiro o chapéu para Brasília une visões de diferentes aspectos do quadradinho com a finalidade de homenagear o aniversário da capital do país ; que hoje completa 58 anos ; berço de ideias, histórias e recomeços.

Como entrega o nome da instalação, o foco dos artistas é o bom e velho chapéu, que protege do sol forte que ilumina o céu azul da cidade, mas que também remete a uma expressão popularizada no Brasil por programa de auditório da TV, em que os convidados ;tiravam o chapéu; como sinal de admiração e respeito a uma pessoa.

Mas esse costume surgiu muito antes. A expressão ;Tirar o chapéu;, entre muitas possíveis origens, foi introduzida pelos portugueses no Brasil por volta do século 17, a partir de um gesto imortalizado pelo rei francês Luís 14. O monarca utilizava o chapéu somente em ocasiões especiais e com movimentos que indicavam reverência. Nos momentos de solenidade ou de intensa animação, tirava-se o chapéu e dava uma volta sobre a cabeça até a aba tocar o chão.

Uma das ideias da exposição, sediada no Templo da Boa Vontade, é convidar os visitantes a tirarem o chapéu para a cultura, os pontos turísticos e a história da capital.

Em cartaz até 30 de abril, instalação artística convida visitantes a admirarem a cultura, os pontos turísticos e a história da capital aniversariante
Foto célebre
O clique de Gervásio Baptista, fotógrafo de Juscelino Kubitschek, mostra o idealizador de Brasília acenando com a cartola na inauguração da cidade. A imagem com o Congresso Nacional ao fundo ficou famosa no mundo inteiro.

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Trabalhador rural
O xilografista Elves de Arimateia tira o chapéu para o povo de Brasília, para o verde da cidade e para as árvores frutíferas. Ele lembra a importância das regiões que abastecem e trazem visitantes para a cidade, como é o caso de Brazlândia, com a Festa do Morango. ;Tiro o chapéu para o trabalhador brasiliense, tanto os rurais quanto os ambulantes, mas, sobretudo, para o trabalhador rural, que abastece a cidade com os alimentos e com o turismo;, fala. Sob outro ângulo, o artista homenageia Brasília com a técnica da xilogravura.

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Um sonho
A partir do sonho de Dom Bosco, a artista Hermínia Metzler retrata Brasília em sua obra. Dentro do chapéu, colocou as pessoas importantes para a construção da capital idealizada por Juscelino Kubitschek: Oscar Niemeyer, Lucio Costa e Athos Bulcão. ;Tiro o chapéu para os grandes homens que fundaram essa maravilhosa cidade;, afirma. O paulista Cleiton Venditi segue a mesma linha da artista e fica admirado com as curvas da Catedral. ;Este lugar tem uma energia muito forte. A simetria é maravilhosa;, elogia o turista.

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Pôr do Sol
A obra de J Vicente expõe o entardecer no Lago Paranoá, momento que Thereza Cristina, moradora da cidade, pouco vê. A técnica em enfermagem se desloca ao Plano Piloto todos os dias pela manhã e retorna já tarde. Mesmo assim, tira o chapéu com orgulho tanto para o Paranoá quanto para a capital, que faz aniversário. ;Essa vida é bem difícil, mas não saio daqui de jeito nenhum. Sou muito feliz em Brasília;, afirma a trabalhadora.

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Traço do arquiteto
O capacete da obra de Ariene Saabor remete ao famoso título da cidade: ;Brasília, traço do arquiteto;. A artista, que aprecia muito a obra de Athos Bulcão, reproduziu os azulejos do desenhista e os traços famosos da cidade. Além disso, recorreu ao capacete do arquiteto para honrar os profissionais que pensaram no projeto da capital. Rebeca Dantas e Zilmar Dantas, mãe e filha moradoras de Santa Maria, visitaram a Esplanada dos Ministérios e ficaram encantadas com o traço leve dos arquitetos. Por isso, também tiram o chapéu para eles. ;O Museu Nacional é lindo. Os vitrais da Catedral e as linhas retas do Congresso nos maravilharam;, reforça Rebeca.

Prestigie


Exposição Eu tiro o chapéu para Brasília
Até 30 de abril
Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade ; SGAS 915 Asa Sul
Entrada gratuita

* Estagiário sob supervisão de Margareth Lourenço.

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