Cidades

Primeira cirurgia com robô do Centro-Oeste é realizada em Brasília

Para operar Da Vinci, o profissional passa por aulas práticas e teóricas, que completam 40 horas; depois, deve ser aprovado em prova fora do país

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 23/04/2018 06:05
Genilson Gomes foi submetido ao procedimento de retirada de um câncer
A primeira cirurgia robótica do Centro-Oeste foi realizada nesse fim de semana em Brasília. O robô Da Vinci, especializado em procedimentos do abdômen inferior, como urológicos, ginecológicos e proctológicos, fez a operação no dia do aniversário da capital.

O aposentado Genilson Gomes da Silva, 62 anos, é o primeiro morador do Distrito Federal a passar pelo procedimento. No sábado, o dispositivo, operado pelo médico urologista Diogo Mendes, retirou um tumor da próstata do paciente. Genilson teve o diagnóstico de câncer em janeiro deste ano, durante exames de rotina.

À época, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Belém e Ceará tinham o equipamento. Como deixar a capital seria caro, Genilson, com o apoio da mulher, Edna Ricardo da Silva, 55, decidiu pela cirurgia padrão. Contudo, ao marcar a data, teve uma surpresa: ;Tinha desistido do equipamento robótico, mas, ao conversar com o médico Diogo, ele comentou que a tecnologia estava chegando;.

O urologista destaca diversos benefícios do uso do robô. ;Temos um controle maior da cirurgia, que é ágil. Além disso, a recuperação do paciente é mais rápida e com menos possibilidade de sequelas;, observa.

A operação de Genilson durou três horas. Na primeira noite, ele ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Luzia, antes de ser encaminhado, na manhã de ontem, para um apartamento da unidade de saúde. A alta do aposentado está prevista para hoje.

Como funciona

O robô Da Vinci é composto por três equipamentos integrados: o console, onde o cirurgião certificado opera a máquina; os quatro braços robóticos, controlados pelo console; dois braços manuais, operados por cirurgiões auxiliares; e a torre de integração, que engloba o monitor de vídeo, onde as imagens são ampliadas em até 10 vezes em 3D, e o computador central, que comanda o equipamento.

Para operar Da Vinci, o profissional passa por aulas práticas e teóricas, que completam 40 horas; depois, há uma prova de certificação, aplicada na Colômbia, nos Estados Unidos, ou na Holanda.

;A primeira vantagem do equipamento é a possibilidade de enxergarmos em três dimensões diferentes. Por conta da precisão das imagens, temos mais controle do sangramento do paciente. Outro benefício é que o tremor das mãos do cirurgião é filtrado pelo braço robótico, que permanece estável;, explica Diogo Mendes.

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