Murilo Fagundes*
postado em 23/04/2018 22:14
Antes de ser preso, um dos envolvidos no maior assalto a bancos do Distrito Federal, que ocorreu na agência JK do BRB, em 2001, cometeu uma série de outros crimes e investiu o dinheiro de roubos em empreendimentos imobiliários. Nos 16 anos em que esteve foragido, Marcel Aparecido da Silva, 44 anos, chegou a atuar, inclusive, no resgate de integrantes da organização criminosa da qual participava. Ele foi apresentado à imprensa nesta segunda-feira (23/4), no prédio da Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Cecor)
Marcel vai responder por extorsão mediante sequestro, roubo a banco, porte ilegal de arma e associação criminosa. Ele cumpre prisão preventiva no DCCP até 30 de abril e, em seguida, será levado ao Centro de Detenção Provisório (CDP), onde ficará à disposição da Justiça.
Segundo o delegado Fernando César, titular da Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Cecor), Marcel era um dos indivíduos mais violentos do grupo. "Quando os integrantes da liderança eram presos, Marcel era chamado para fazer o resgate deles em presídios. Ele já resgatou dois indivíduos", explicou o delegado. Quando apresentado pelos policiais em Brasília, o bandido permaneceu calado e com a cabeça baixa.
Um crime que chocou Brasília
Marcel foi preso por policiais civis brasilienses no interior de São Paulo, no último sábado (21/4). Ele é acusado de participar do assalto à agência JK do BRB, no edifício Trade Center, no Setor Comercial Norte. Doze ladrões fizeram 17 reféns, entraram no banco e levaram uma fortuna até hoje incalculável.
Com a fortuna roubada, Marcel teria investido em empreendimentos comerciais, além de construir um salão de beleza para a esposa. Mesmo assim, não deixou a vida de crimes para trás, atuando em outros assaltos. "Eles não agiam para ganhar menos que um milhão de reais cada um por ação criminosa. Eram ousados e chegavam a contar com restrições de liberdade de funcionários dos bancos. Utilizavam sempre a mesma estratégia", relatou o delegado Fernando César.
Marcel, que usava a identidade de Marcelo Reis da Silva, foi vigiado durante dois dias em São Bernardo do Campo, cidade onde mora. No sábado, enquanto se dirigia a um pesque-pague com a esposa e os filhos, foi abordado pelos policiais em um cruzamento, quando impetraram o mandado de prisão. No mesmo dia, no início da noite, foi transferido para a capital.
*Estagiário sob supervisão de Ana Letícia Leão.
*Estagiário sob supervisão de Ana Letícia Leão.