Luiz Calcagno
postado em 25/04/2018 06:00
Para evitar um buraco no cruzamento que liga a Comercial Norte, em Taguatinga, com a Hélio Prates, motoristas precisam manobrar enquanto fazem a curva. Muitos não conseguem desviar. Outra cratera faz com que condutores mudem de faixa na Avenida das Palmeiras, aumentando o risco de acidentes. O problema se agrava com as chuvas, que chegam ao fim, e se repete em várias ruas de outras cidades do Distrito Federal. Na maioria, o asfalto não resistiu um ano, desde o mais recente recapeamento.
Por ano, a Novacap gasta uma média de R$ 36 milhões para produzir a massa asfáltica usada na capital, e outros R$ 112 milhões na contratação de empresas terceirizadas para as operações tapa-buracos. A companhia garante manter equipes nas ruas durante todo o ano e intensificar as operações no período da seca.
[SAIBAMAIS]Motoristas se queixam dos danos causados aos veículos e do dinheiro pago em impostos. ;A sensação que temos é de que o governo demora muito a tomar uma atitude e, quando toma, o serviço é malfeito;, reclama o autônomo Vanderson Rodrigues, morador da Candangolândia. O comerciante Vandim Pereira, morador de Vicente Pires, concorda. ;O asfalto derrete com a chuva. Já atolei até de caminhonete;, relata.
Com as chuvas, dobra a procura por borracharias e oficinas mecânicas. ;Para o comércio, pode até parecer positivo, mas são nossos impostos sendo mal usados;, pondera o borracheiro Miguel Santos. Gerente de uma autopeças, Elton Freitas também se indigna. ;Se o governo trabalhasse com material melhor, seria menos gasto para todos.;
Professor de engenharia da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em patologias de edificações, Dickran Berberian está entre os críticos das operações tapa-buracos. ;Se fizerem, na época de seca, um asfalto bem-feito, não vai ter rachadura na época de chuva. A não ser em alguns pontos fracos. Manutenção, sempre vai ter;, afirma.
De acordo com a assessoria de comunicação da Novacap, as cidades que mais sofrem com os buracos no período da chuva são Ceilândia, Taguatinga, Gama e Samambaia, onde a pavimentação é mais antiga. A companhia garante que a qualidade do asfalto usado na capital ;segue todas as normas técnicas padrão e de manuais de execução;.