Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 25/04/2018 16:09
Policiais prenderam preventivamente três pessoas suspeitas de participarem de esquema de exploração sexual de mulheres em uma boate de luxo no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). As acusações contra os detidos são de favorecimento à prostituição, manutenção de bordéis, rufianismo (tirar proveito da prostituição) e associação criminosa. A ação da Polícia Civil ocorreu nesta quarta-feira (25/4).
Os suspeitos detidos têm 45, 44 e 26 anos A corporação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, um na boate Apple Night Club e os demais, nas casas dos suspeitos. No estabelecimento, os agentes encontraram dinheiro, documentos contábeis e dispositivos de informática.
Com os materiais, a polícia pôde comprovar como o esquema funcionava. A ação faz parte da Operação Lupanar ; um dos prostíbulos mais conhecidos da Roma Antiga ;, realizada pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Como funcionava o esquema
As investigações começaram em 2015, após uma denúncia de violência doméstica supostamente cometida por um dos envolvidos. Posteriormente, outras queixas surgiram, envolvendo o mesmo homem e a boate. As denúncias foram protocoladas tanto na Deam quanto no Ministério Público, que solicitou uma investigação por parte da delegacia.
De acordo com a delegada-chefe, Sandra Melo, os três homens se dividiam nas funções do esquema: o proprietário do estabelecimento, um segurança e o gerente, que também exercia a função de caixa. As mulheres não pagavam para entrar no local, diferentemente dos clientes.
Se os homens concordassem em pagar o programa, que variava de R$ 500 a 800, as garotas tinham de fazê-los consumir no estabelecimento. Entre os pedidos, pelo menos três doses de bebida ou duas taças de espumante.
Segundo Sandra Melo, uma porcentagem era cobrada pelos serviços das mulheres. "Além da consumação, as meninas deveriam pagar de 20% a 25% do valor do programa. Se elas faltassem, pagavam uma multa diária de R$ 100", esclarece.