Cidades

Casos de caxumba preocupam alunos de universidade; diretoria nega surto

Em nota, a instituição afirmou que informações espalhadas nas redes sociais não passam de boatos. Ao menos quatro estudantes receberam o diagnóstico da doença

Bruna Lima - Especial para o Correio, Ester Cezar* , Isabela Nóbrega*
postado em 25/04/2018 23:45
A única forma de se prevenir da caxumba é por meio da vacina Tetra Viral, disponível na rede pública de saúde
Relatos de casos de caxumba têm deixado apreensivos estudantes do câmpus de Taguatinga do Centro Universitário de Brasília (UniCeub). A notícia se espalhou por grupos de mensagem após ao menos seis alunos apresentarem sintomas da doença. A instituição de ensino publicou nota no site oficial em que nega a existência de surto e afirma se tratarem de informações falsas espalhadas pelas redes sociais.

A aluna do 9; semestre de engenharia civil Andrezza Amoras afirma que seis estudantes do curso contraíram a doença. "Acho desrespeito da parte da direção do UniCeub emitir uma nota dizendo que não passa de um boato;, reclama. Ela garante que os atestados foram entregues à coordenação do curso. O Correio teve acesso a quatro destes laudos médicos, que indicavam o código B26 da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), correspondente à caxumba.

;A posição oficial da discussão é essa: nós desconhecemos. Se chegou atestado, deve ter entrado pelo Espaço Aluno, que é a central de atendimento. Para a direção, não chegaram atestados", reforça o diretor do câmpus, Aparício Pereira Duarte Filho. O dirigente ainda descartou a possibilidade de haver um surto da doença no câmpus. ;Se um aluno está com gripe, caxumba ou catapora, isso não caracteriza surto;, afirma. A instituição manteve o cronograma normal de aulas.

O estudante Ruan Matheus, 22 anos, estudante de engenharia civil, um dos infectados, acredita ter entrado em contato com o vírus na universidade. ;Fui o quarto caso registrado, tive o diagnóstico e precisei me afastar por cinco dias. A médica falou que não tem medicamento específico, tenho que descansar e beber muita água;, relata.

Outro estudante da engenharia civil relatou que, na quarta-feira (18), sentiu dor no maxilar e, na quinta feira (19), o rosto inchou. ;Eu estava sentindo tanta dor que cheguei a chorar. Fui ao médico e ele me deu o diagnóstico de caxumba;, conta Caio César, 21.

Larissa de Almeida, 22 anos, aluna do mesmo curso, pegou a doença e está afastada por cinco dias, seguindo indicação médica. "Acho que o Ceub podia investigar direito antes de ficar dando nota;, disse.


Sobre a doença


A caxumba é uma infecção viral aguda e contagiosa. Os principais sintomas são febre, dor e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares. A transmissão ocorre por via aérea ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas.

Segundo informações do Ministério da Saúde, o período de incubação (até o aparecimento dos sintomas) é de 12 a 25 dias, sendo, em média, 16 a 18 dias. O período em que a doença pode ser transmitida varia de seis a sete antes das manifestações clínicas até novo dias após o surgimento dos sintomas.

Não existe tratamento específico. A indicação é apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa do paciente. A única forma de prevenir a doença é por meio da vacina, ofertada de graça pela rede pública de saúde.

*Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer

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