Cidades

Acusado de registrar tamanduá empalhado, fotógrafo brasiliense perde prêmio

A suspeita surgiu após denúncias anônimas. Uma investigação do Museu de História Natural de Londres, organizador do concurso, concluiu que houve fraude

Philipe Santos*
postado em 27/04/2018 13:40

A foto desclassificada: registro usou animal empalhado que fica na entrada do Parque Nacional das Emas

O Museu de História Natural de Londres anunciou, nesta sexta-feira (27/4), que o fotógrafo brasiliense Marcio Cabral, 42 anos, foi desqualificado e perdeu o prêmio no concurso Vida Selvagem de 2017. De acordo com o museu, que é o organizador do concurso, a foto é manipulada, o que viola as regras da competição.

A suspeita surgiu, segundo nota do museu, após denúncias anônimas. Foi iniciada então "uma cuidadosa e minuciosa investigação sobre a imagem", que concluiu que o tamanduá na foto é empalhado e foi retirado da entrada do Parque Nacional das Emas, local do registro.

Cinco especialistas em mamíferos e animais empalhados participaram da investigação. Uma foto da entrada do parque também foi usada. Os cientistas encontram semelhanças e nenhuma variação nas duas imagens do animal.

Foto da entrada do parque

Fotógrafo foi ouvido nas investigações

O fotógrafo brasiliense também colaborou com as investigações, mas não apresentou nenhuma outra imagem que continha o animal, afirma o museu. ;Ele apresentou uma testemunha que diz ter visto o animal vivo. Márcio também negou veementemente que o tamanduá é empalhado;, diz trecho do texto.

Com a desclassificação, a foto não é mais considerada vencedora da categoria de ;Fotografia da Vida Selvagem do ano de 2017;, e foi removida da exposição e da turnê. Marcio não poderá mais disputar competições do museu.

O Correio entrou em contato com o fotógrafo brasiliense, mas não recebeu retorno até a publicação da matéria. O espaço está aberto para a manifestação de Marcio Cabral.

* Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende

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