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Os brasilienses que embarcaram ou desembarcaram do metrô na Rodoviária do Plano Piloto, no fim da manhã deste sábado (28/4), surpreenderam-se com uma apresentação de dança em plena estação. Até quem parecia um pouco apressado não resistia e parava, por alguns segundos que fosse, para admirar o movimentos dos artistas, que mostraram variados estilos ; do balé clássico à dança contemporânea.
A Mostra de Dança na Estação Central foi realizada para marcar a proximidade do Dia Internacional da Dança, celebrado em 29 de abril. O projeto, realizado em parceria pelo Instituto Cláudio Santoro e o Programa Metrô Solidário, contou com a presença das companhias brasilienses Spazio Danza, Ballet Jovem Brasília, Dança e Cia, Namastê, Drama Dance e Foco Cia de Dança. A apresentação, que começou às 11h30, durou pouco mais de uma hora.
Para Gis;le Santoro, curadora do evento, o projeto é uma forma de incentivar a cultura: "Após o Teatro Nacional ser fechado, o espaço para apresentações ficou muito reduzido. Essa é uma forma de dar acesso às pessoas que não teriam contato com esse tipo de apresentação de outra maneira", afirmou. "Infelizmente, no nosso país, as pessoas ainda não têm muito acesso a esse tipo de apresentação. Falta transporte, a entrada é cara, ainda há muito a ser feito."
"A escolha do lugar foi interessante. É a primeira vez que me apresento no metrô e é muito legal ver que mesmo, nesse lugar, com tanto fluxo, as pessoas se interessam", ponderou a bailarina clássica Rebeca Araújo, do Spazio Danza.
Paradinha irresistível
Maria Marlene Andrade, 40 anos, passava pelo local com as filhas e não conseguiu apressar as pequenas Giovana, 9, e Yasmim, 7, que pararam hipnotizadas pelo movimento dos artistas. "Eu gosto de incentivar a arte e a cultura para minhas filhas. Eu faço teatro na igreja, minha mais velha até chegou a fazer balé, mas tive que tirar por causa do custo", contou a copeira. "Vamos dançar assim hoje lá em casa", comemoram.
A dançarina e professora de balé clássico Karitiana Barbosa Teixeira acredita que a dança atrai a curiosidade e instiga a imaginação infantil. "Eu já tinha me apresentado mais nova, estou voltando. É muito legal ter esse contato maior com o público. As crianças ficam muito curiosas", disse. Comprovando a tese, a filha de Samuel Santaluz foi outra que forçou uma paradinha para apreciar o espetáculo. "Ela gosta muito de danças, em especial do balé", disse o pai de Júlia.
A admiração, porém, continua na vida adulta. Thainá Soares, estudante de 22 anos, ficou intrigada ao ouvir uma música assim que saiu de um dos vagões. "Ao ver os artistas dançando, resolvi assistir um pouco. É muito legal um evento desses, que apresenta cultura para as pessoas de forma gratuita", disse.
Rodrigo Cruz, funcionário da companhia de transporte, acredita na importância desse tipo de ação, em especial por ser gratuita. "O Projeto do Metrô Social tem alguns eixos, um deles é a parte cultural. Fazemos muita ação envolvendo dança nas estações", explicou. Segundo ele, no ano passado, o projeto usou um formato itinerante e ocorreu em várias estações, mas este ano, a opção foi de concentrar as atrações na Rodoviária. "É muito legal ver o fascínio das pessoas por esse tipo de apresentação. Sempre que tem teatro ou dança, vemos as pessoas que circulam por aqui, e até mesmo alguns funcionários do Metrô, encantados", revelou.