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Rollemberg garante que fim do racionamento 'está muito perto' de acontecer

Nesta semana o Governo se reúne com Caesb e Adasa para definir uma data para o término do rodízio de abastecimento, mas chefe do Executivo local não mencionou datas

As águas de Corumbá IV estão cada vez mais próximas do Distrito Federal. Nesta segunda-feira (30/4), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) visitou as obras de uma adutora em Santa Maria, que estão 70% concluídas. A expectativa é que todo o sistema fique pronto até o fim deste ano. Durante a visita, o chefe do Buriti voltou a falar sobre o fim do racionamento de água, afirmando que ;está muito perto;, mas não mencionou datas.

[SAIBAMAIS]Como o Correio adiantou na edição de 27 de abril, o governo fará reuniões nesta semana com representantes da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) para poder definir uma data para o fim do racionamento. ;Faremos todas as avaliações técnicas, para que do ponto de vista técnico, com toda tranquilidade e segurança, possamos informar a população de Brasília uma data para o fim do racionamento;, afirmou Rollemberg.

O governador relacionou a possibilidade de pôr um fim no rodízio de abastecimento com o apoio da população e de agricultores, que fizeram com o consumo caísse de água caísse em 12% no último ano. Mas também destacou a atuação do governo. ;Já colocamos 1,4 mil litros de água para segundo no abastecimento do DF. Fizemos também obras que permitem a transposição de água de uma bacia para outra;, destacou. Nesta segunda-feira (30/4), o reservatório do Descoberto subiu para 90,6%, enquanto o de Santa Maria marcou 56,1%.

Aumento na conta

Horas antes da visita a obra de Corumbá IV, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal o reajuste tarifário da água e saneamento urbano deste ano. A partir de 1; de junho, às contas ficarão 2,99% mais altas. Rollemberg destacou que quem determina o valor do reajuste é a Adasa, e não o GDF. ;Nós ainda vamos avaliar efetivamente a necessidade do reajuste. Essa é uma questão relativa à Adasa e a Caesb, o que nós (GDF) fazemos são os investimentos necessários para garantir o abastecimento de água para a população de Brasília;, explicou.

O reajuste tarifário definido é bem inferior ao solicitado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb): 9,69%. A empresa fez um pedido revisão tarifária extraordinário, afirmando aumento nos gastos e queda no faturamento devido ao racionamento de água. Mesmo assim, a Adasa decidiu que o reajuste fosse de 2,99%, menos que um terço.

Futuro hídrico do DF

Há quase duas décadas o Governo de Brasília decidiu que viria do Lago Corumbá, totalmente localizado no estado de Goiás, as águas a abastecerem o DF pelas próximas gerações. A obra, orçada em R$ 575 milhões, é uma parceria entre Caesb e Saneamento de Goiás (Saneago), que além de dividir os custos, dividirão também os ônus: 5,6 mil litros de água por segundo.

Porém, diversas paralisações por corrupção e superfaturamento de peças adiaram a inauguração da captação. A última ocorreu em agosto de 2016, quando o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e a Controladoria-Geral da União questionaram, via Operação Decantação, os valores superfaturados das bombas de captação da água. O parecer do MPF/GO indicava sobrepreço de 388% e recomendava ao Ministério das Cidades que suspendesse os repasses.
As obras foram retomadas em setembro de 2017, no auge da crise hídrica do DF, quando o Ministério das Cidades voltou a repassar os recursos para a continuação da obra após um acordo assinado entre as empreiteiras envolvidas, os órgãos de transparência e controle e a empresa que vendeu as bombas. Por fim, o preço dos equipamentos foi reduzido para menos da metade: de R$ 34,9 milhões para R$ 15,4 milhões.

O prazo para entrega da obra é até dezembro deste ano. Em entrevista ao Correio, o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, garantiu que não haverá mais atrasos. ;Estamos trabalhando para antecipar a entrega, mas o desafio é grande. Especialmente do lado da Saneago (Saneamento de Goiás), que, infelizmente, sofreu um atraso. Hoje, o problema não é a parte civil, mas a entrega e o condicionamento dos equipamentos eletromecânicos;, explicou.