Cidades

Rollemberg garante que fim do racionamento "está muito perto" de acontecer

Nesta semana o Governo se reúne com Caesb e Adasa para definir uma data para o término do rodízio de abastecimento, mas chefe do Executivo local não mencionou datas

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 30/04/2018 14:08
Mais de 70% das obras da adutora de água tratada do Sistema Produtor Corumbá, em Santa Maria (DF), estão prontos
As águas de Corumbá IV estão cada vez mais próximas do Distrito Federal. Nesta segunda-feira (30/4), o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) visitou as obras de uma adutora em Santa Maria, que estão 70% concluídas. A expectativa é que todo o sistema fique pronto até o fim deste ano. Durante a visita, o chefe do Buriti voltou a falar sobre o fim do racionamento de água, afirmando que ;está muito perto;, mas não mencionou datas.

[SAIBAMAIS]Como o Correio adiantou na edição de 27 de abril, o governo fará reuniões nesta semana com representantes da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) para poder definir uma data para o fim do racionamento. ;Faremos todas as avaliações técnicas, para que do ponto de vista técnico, com toda tranquilidade e segurança, possamos informar a população de Brasília uma data para o fim do racionamento;, afirmou Rollemberg.

O governador relacionou a possibilidade de pôr um fim no rodízio de abastecimento com o apoio da população e de agricultores, que fizeram com o consumo caísse de água caísse em 12% no último ano. Mas também destacou a atuação do governo. ;Já colocamos 1,4 mil litros de água para segundo no abastecimento do DF. Fizemos também obras que permitem a transposição de água de uma bacia para outra;, destacou. Nesta segunda-feira (30/4), o reservatório do Descoberto subiu para 90,6%, enquanto o de Santa Maria marcou 56,1%.

Aumento na conta

Horas antes da visita a obra de Corumbá IV, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal o reajuste tarifário da água e saneamento urbano deste ano. A partir de 1; de junho, às contas ficarão 2,99% mais altas. Rollemberg destacou que quem determina o valor do reajuste é a Adasa, e não o GDF. ;Nós ainda vamos avaliar efetivamente a necessidade do reajuste. Essa é uma questão relativa à Adasa e a Caesb, o que nós (GDF) fazemos são os investimentos necessários para garantir o abastecimento de água para a população de Brasília;, explicou.

O reajuste tarifário definido é bem inferior ao solicitado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb): 9,69%. A empresa fez um pedido revisão tarifária extraordinário, afirmando aumento nos gastos e queda no faturamento devido ao racionamento de água. Mesmo assim, a Adasa decidiu que o reajuste fosse de 2,99%, menos que um terço.

Futuro hídrico do DF

Há quase duas décadas o Governo de Brasília decidiu que viria do Lago Corumbá, totalmente localizado no estado de Goiás, as águas a abastecerem o DF pelas próximas gerações. A obra, orçada em R$ 575 milhões, é uma parceria entre Caesb e Saneamento de Goiás (Saneago), que além de dividir os custos, dividirão também os ônus: 5,6 mil litros de água por segundo.

Porém, diversas paralisações por corrupção e superfaturamento de peças adiaram a inauguração da captação. A última ocorreu em agosto de 2016, quando o Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e a Controladoria-Geral da União questionaram, via Operação Decantação, os valores superfaturados das bombas de captação da água. O parecer do MPF/GO indicava sobrepreço de 388% e recomendava ao Ministério das Cidades que suspendesse os repasses.
Expectativa é que sistema Produtor de Água de Corumbá IV entre em operação assistida até o fim deste ano
As obras foram retomadas em setembro de 2017, no auge da crise hídrica do DF, quando o Ministério das Cidades voltou a repassar os recursos para a continuação da obra após um acordo assinado entre as empreiteiras envolvidas, os órgãos de transparência e controle e a empresa que vendeu as bombas. Por fim, o preço dos equipamentos foi reduzido para menos da metade: de R$ 34,9 milhões para R$ 15,4 milhões.

O prazo para entrega da obra é até dezembro deste ano. Em entrevista ao Correio, o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, garantiu que não haverá mais atrasos. ;Estamos trabalhando para antecipar a entrega, mas o desafio é grande. Especialmente do lado da Saneago (Saneamento de Goiás), que, infelizmente, sofreu um atraso. Hoje, o problema não é a parte civil, mas a entrega e o condicionamento dos equipamentos eletromecânicos;, explicou.

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