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Curitibana é detida com dinares iraquianos falsos no Aeroporto JK

Na alfândega, a mulher, que levava o equivalente a R$ 3 milhões em notas falsas, disse que recebeu o dinheiro como pagamento por um trabalho. Ela viajava em voo fretado para Miami

Uma empresária de Curitiba está detida na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após ser pega com uma caixa contendo 1 bilhão de dinares iraquianos. Trata-se da maior apreensão de dinheiro falso na história do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

O valor corresponderia a R$ 3 milhões se as cédulas fossem verdadeiras. A mulher, que não teve o nome revelado, embarcaria em um voo fretado com destino a Miami, nos Estados Unidos.

Ao passar pelos procedimentos de inspeção de rotina da Receita Federal do Brasil, ela acabou flagrada. A mulher informou aos agentes da alfândega que havia recebido o montante como pagamento de uma dívida por um trabalho que havia realizado. Ela foi detida e encaminhada à Polícia Federal. O dinheiro falso foi retido pela Receita Federal.
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Indícios

O transporte fretado de moedas iraquianas levantou suspeita. O delegado Alexandre Angoti, que atua no caso explicou que, no geral, é muito difícil as pessoas saírem do Brasil levando moedas que não sejam o dólar e o euro. A caixa lacrada com várias estampas, davam a ideia de se tratar de um conteúdo certificado pelo banco central do Iraque e já havia chamado a atenção dos fiscais da Receita Federal. Além disso, informações desencontradas da empresária e outros indícios, que os técnicos da Receita e a polícia não podem revelar por questões de segurança, fizeram com que a equipe desconfiasse do carregamento.

Os fiscais constataram que a empresária havia informado que transportava, em dinares iraquiano, o equivalente a R$ 40 mil, na Declaração de Porte de Valores, documento obrigatório para quem entra ou sai do Brasil com mais de R$ 10 mil. Ao ser indagada sobre a necessidade de abertura da caixa, no entanto, a mulher insistia que o volume não poderia ser aberto, sob pena de que as cédulas perderiam o "valor de coleção".

O argumento não convenceu a equipe da Receita Federal. Ao inspecionar a caixa, os fiscais encontraram cerca de 40 mil cédulas, cada uma no valor de 25 mil dinares, totalizando 1 bilhão de dinares iraquianos, em notas falsas. De acordo com o delegado Alexandre Martins Angoti, chefe da Alfândega da Receita Federal no Aeroporto JK, a falsificação era de má qualidade, bastante rudimentar e grosseira, o que surpreendeu a mulher que tentava sair do país com a caixa. Ao ser confrontada com o conteúdo falso, a mulher se mostrou perplexa e chegou a apresentar à Receita um laudo pericial atestando a legitimidade das notas. "O documento também era falso", disse o delegado Alexandre Angoti.

A mulher, que foi detida e encaminhada à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, poderá ser indiciada por falsificação de moeda. O delegado Angotti não descartou a possibilidade de que ela tenha sido vítima de um golpe. Ela alegou aos fiscais que tinha recebido o montante como pagamento de um trabalho e a percepção geral é de que ela também não tinha conhecimento do real conteúdo que transportava.