Tatiana Castro*
postado em 04/05/2018 06:00
A descoberta de um câncer de mama é uma experiência desafiadora que, muitas vezes, implica na retirada de um ou dos dois seios da paciente. Além do difícil tratamento, essas mulheres têm abalada a autoestima, ao se verem, de repente, sem essa parte do corpo, tão ligada à identidade feminina.
Pensando em uma forma de ajudá-las, os tatuadores brasilienses Daniel Kern e Tati Ferreira criaram um projeto em que usam a arte para ajudar a reconstruir a aréola e o mamilo de quem passou por esse procedimento médico.
Após a mastectomia, a reconstrução da mama é feita com silicone ou enxerto e, nesse processo, o mamilo e a aréola também são refeitos. A tatuagem, porém, ajuda na pigmentação, tornando o resultado mais realista, conforme explica o cirurgião plástico Edmilson Lúcio, parceiro dos tatuadores na iniciativa. ;Eu reconstruo a aréola e o mamilo. Depois que a paciente tem o mamilo saliente, fazemos a tatuagem. É o melhor método de reconstrução;, explica o médico. Dessa forma, utilizando a técnica de realismo com pigmentação estética, Daniel e Tati desenham a aréola e o bico do seio, o que ajuda também a esconder as cicatrizes.
Pensando em uma forma de ajudá-las, os tatuadores brasilienses Daniel Kern e Tati Ferreira criaram um projeto em que usam a arte para ajudar a reconstruir a aréola e o mamilo de quem passou por esse procedimento médico.
Após a mastectomia, a reconstrução da mama é feita com silicone ou enxerto e, nesse processo, o mamilo e a aréola também são refeitos. A tatuagem, porém, ajuda na pigmentação, tornando o resultado mais realista, conforme explica o cirurgião plástico Edmilson Lúcio, parceiro dos tatuadores na iniciativa. ;Eu reconstruo a aréola e o mamilo. Depois que a paciente tem o mamilo saliente, fazemos a tatuagem. É o melhor método de reconstrução;, explica o médico. Dessa forma, utilizando a técnica de realismo com pigmentação estética, Daniel e Tati desenham a aréola e o bico do seio, o que ajuda também a esconder as cicatrizes.
Com a divulgação por meio das redes sociais, o projeto, que existe há cinco anos, ganhou força. Daniel afirma que mais de 40 mulheres já foram beneficiadas. ;Minha motivação é alimentar a autoestima dessas mulheres e resgatar aquilo que tinha sido tomado delas;, comemora. O tatuador passou a se sentir vontade de ajudar pacientes com a doença depois que seu pai teve a perna amputada por causa de um câncer na virilha. ;Eu não conseguiria desenhar alguma coisa e colocar no lugar da perna dele, mas, ao longo dos anos, vi que havia outras formas de ajudar essas pessoas;, conta.
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As mulheres atendidas pela dupla de tatuadores são, na maioria, carentes e chegam até eles por indicação do doutor Edmilson, cirurgião plástico no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). ;Por acaso, eu encontrei o estúdio da Tati e do Daniel e perguntei se eles não tinham interesse em realizar esse tipo de trabalho social. Eles gostaram muito da ideia;, lembra o médico. ;Comecei a mandar minhas pacientes para eles e o feedback tem sido maravilhoso;, completa.
Os artistas não cobram pela mão de obra, e a paciente arca apenas com os custos do material utilizado. ;Esse método é de alto custo no mercado, não é todo mundo que tem condições de realizar;, frisa Tati. Segundo ela, as mulheres que realizam o procedimento ficam emocionadas quando veem o resultado.
Vida renovada
A vida da dona de casa Fátima Terezinha Pereira, 62 anos, cruzou com a dos tatuadores há poucos meses. Ela foi uma das mulheres a realizar o procedimento no estúdio de Tati e Daniel, por sugestão do doutor Edmilson. Fátima descobriu o câncer em 2005, época em que seu plano de saúde não cobria a reconstrução mamária. Ela conta que precisou vender a casa para pagar pela cirurgia. ;Eu era muito imatura sobre o assunto, fui ao primeiro cirurgião que encontrei e ele não era um bom profissional;, recorda. O resultado da operação não ficou como o esperado.
Dois anos depois, quando conheceu o doutor Edmilson, a dona de casa pôde refazer o procedimento utilizando silicone. ;Contei minha história para ele. Ele me perguntou meu objetivo e eu respondi que queria autoestima, poder colocar um biquíni e me sentir bem.; Dez anos depois, em outubro de 2017, Fátima se submeteu novamente a um procedimento cirúrgico com o médico, que fez uma nova reconstrução e encaminhou a paciente para o Criart Tattoo. ;Ficou lindo. Foi uma bênção, ninguém diz que eu retirei o meu seio;, disse, emocionada.
Serviço
Estúdio Criart Tattoo
Onde: Shopping Liberty Mall, de segunda a sábado
Horário: de segunda à sábado, das 9h às 21h
Contato: 98223-7773
* Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão
Onde: Shopping Liberty Mall, de segunda a sábado
Horário: de segunda à sábado, das 9h às 21h
Contato: 98223-7773
* Estagiária sob supervisão de Ana Letícia Leão