Cidades

HUB faz mutirão de cirurgias pediátricas neste sábado

A unidade realizou 35 cirurgias em 24 pacientes, com idades de 2 a 12 anos

Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 05/05/2018 15:51
A mobilização no Distrito Federal faz parte do XII Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança, uma iniciativa da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE) para reduzir as filas de espera por esse tipo de cirurgia na rede pública de saúde de todo o país
Desde o primeiro ano de vida, Karlyane Bernardino de Souza sofria com dores e desconfortos de uma hérnia na virilha. Dois anos depois de sua primeira consulta, finalmente, neste sábado (5/5), foi realizada a cirurgia de retirada da chamada hérnia inguinal que acometia a menina de três anos. O procedimento somente foi possível porque o Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) promoveu um mutirão para fazer 35 cirurgias pediátricas em 24 pacientes, com idades de 2 a 12 anos.

A mobilização no Distrito Federal faz parte do XII Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança, iniciativa da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE) para reduzir as filas de espera por esse tipo de cirurgia na rede pública de saúde de todo o país. A mobilização foi realizada em 20 cidades de 10 estados, além do DF. Essa foi a primeira vez que o Hospital Universitário de Brasília participou da mobilização nacional. Durante todo o dia foram realizadas cirurgias de hérnia e fimose, além de criptorquidia e hidrocele, doenças relacionadas a problemas no testículo em crianças.

;Estou muito feliz porque a minha filha foi chamada para fazer a cirurgia. Desde que ela fez a primeira consulta, o médico disse que tinha que operar o caroço, mas ela entrou na fila de espera e ficamos esperando abrir uma vaga;, comemorou a dona-de-casa Maria Antônia Bernardino, mãe de Karlyane, que reside com o marido, Francisco, no Setor Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia.
Karlyane Bernardino de Souza, 3 anos, sofria com dores e desconfortos de uma hérnia na virilha

A alegria de mães e pais pelas dependências do HUB-UnB contrastava com os rostinhos que revelavam um pouco de angústia das crianças que saíam do Centro Cirúrgico. O sorriso das famílias traduzia o alívio com o fim da fila de espera. ;Tem mais de um ano que o médico disse que minha filha tinha que ser operada. Ela já nem conseguia brincar, porque tinha muita dor;, desabafou a moradora da Cidade Ocidental, Leirilene Martins Oliveira, mãe de Letícia, 5 anos, operada de hérnia umbilical.

Infra-estrutura

Mais de 40 pessoas, entre profissionais da área de saúde, como médicos e enfermeiros, além dos alunos de medicina, residentes e voluntários participaram do mutirão, sob a coordenação da médica Mércia Rocha, professora-adjunta de cirurgia pediátrica da Universidade de Brasília (UnB). ;Quando operamos duas crianças em um dia, o material está todo completo, mas foi feito um esforço muito grande, de todos os setores, para que não faltasse nada durante o mutirão. Realmente tivemos a cooperação de todas as áreas do hospital;, afirmou Mércia Rocha.
Essa foi a primeira vez que o Hospital Universitário de Brasília participou da mobilização nacional. Durante todo o dia foram realizadas cirurgias de hérnia e fimose, além de criptorquidia e hidrocele, doenças relacionadas a problemas no testículo em crianças

As cirurgias foram realizadas por uma equipe composta por quatro cirurgiões pediátricos, quatro anestesistas e seis profissionais de enfermagem. A ação fez parte, também, da aprendizagem dos alunos de medicina e de enfermagem, além dos residentes, da UnB. O grupo teve aula teórica sobre os procedimentos, na sexta-feira; e, neste sábado, os alunos vivenciaram a parte prática, inclusive acompanhando as operações de dentro do Centro Cirúrgico. ;Os alunos e residentes participaram de todas as etapas do mutirão. Somos um hospital-escola e esse foi um ótimo momento para que eles aprendessem mais sobre essas cirurgias ambulatoriais;, disse a coordenadora do mutirão.

Estudante do 9; semestre do curso de medicina da UnB, Joás Augusto Ribeiro, 25 anos, participou de todas as etapas do mutirão, desde o recepcionamento das crianças para a internação, na sexta-feira. O rapaz, natural de Goiânia, também ajudou nas consultas e observou a prática, já no Centro Cirúrgico. ;Foi uma oportunidade muito boa para sabermos como é a vida de um cirurgião pediátrico e também para aprendermos a identificar melhor essas doenças que acometem as crianças. Como foi realizada um grande volume de cirurgias, deu para aprender muita coisa em um dia;, analisou o estudante.

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